quarta-feira, 14 de outubro de 2009

LEVÍTICO

A Bíblia Hebraica intitulava o terceiro livro do Pentateuco: Wayyiqra (“E chamou”). No entanto, a tradução grega do hebraico (Setenta) chamou-lhe Levítico, certamente pela importância da função litúrgica nele atribuída aos levitas. Levi era um dos filhos de Jacob (Ex 1,2), cuja tribo deveria situar-se no sul da Palestina e foi escolhida para o serviço religioso e sacerdotal do templo (Dt 10,8-9). Este seria, pois, o livro do culto do povo da aliança.

CONTEÚDO E DIVISÃO Os acontecimentos narrados pelo Levítico situam-se durante a grande viagem desde o Egipto até à terra de Israel, no ambiente geográfico e sobretudo teológico da aliança do Sinai e em estreita ligação com o Êxodo e os Números: Os últimos capítulos do Êxodo (25-40) são litúrgicos e fazem uma ligação perfeita com o Levítico, que é totalmente litúrgico, e a numerosa legislação deste relaciona-se intimamente com o Êxodo (Ex 25,1-29; 31; 35-40).Apenas algumas tradições antigas devem pertencer ao tempo histórico da travessia do Sinai, pois toda a estrutura do culto aqui regulamentada supõe um povo sedentarizado e o culto do templo bem organizado. Trata-se, talvez, de uma recolha feita pelos sacerdotes de Jerusalém, já depois do Exílio (séc.VI).O trágico acontecimento do Exílio diz bem da importância que o culto tinha para este povo. Sem as seguranças que lhe vinham do rei, a Israel restava a Lei (proclamada agora talvez nas primeiras sinagogas) e o sacerdócio que mantinha o culto do templo, onde o povo se reunia para as grandes festas, que faziam reviver a sua consciência de povo de Deus. O autor, ao situar todo este enorme conjunto de leis cultuais num único local e antes da partida do Sinai, com a qual começa o livro dos Números, pretende atingir vários objectivos: primeiro, dizer que todas as leis devem ter o seu fundamento na aliança do Sinai, graciosamente oferecida por Deus ao seu povo, e que o culto deve ser uma resposta a essa aliança; depois, atribuir toda esta legislação à mediação de Moisés, que foi o primeiro organizador do povo de Deus. No entanto, quando estas leis cultuais foram codificadas aqui, já eram praticadas no culto do templo. Isso não obsta a que algumas delas sejam tão antigas que se percam no tempo.Mas o culto do povo da aliança não pode limitar-se apenas aos ritos litúrgicos. Daí a inserção, neste livro, de um “Código de Santidade”, que pertencia também ao ambiente dos sacerdotes-catequistas do templo. O conteúdo do Levítico pode alinhar-se, então, em seis grandes secções, constituindo as quatro primeiras um “Código sacerdotal”. Teríamos, portanto, a seguinte divisão:

I. Código Sacerdotal(1,1-16,34):inclui as seguintes secções: 1.Ritual dos Sacrifícios (1,1-7,38): holocausto (1), oblações (2), sacrifício de comunhão (3), sacrifício de expiação (4,1-5,13), sacrifício de reparação (5,14-26), deveres e direitos dos sacerdotes (6-7).2. Consagração dos sacerdotes e inauguração do culto (8,1-10,20): Ritual da consagração de Aarão e seus filhos (8), primeiros sacrifícios dos novos sacerdotes (9), irregularidades e normas sobre os sacerdotes (10).3. Código da pureza ritual (11,1-15,33): animais puros e impuros (11), purificação da mulher que dá à luz (12), purificação da lepra (13-14), impureza sexual (15).4. Dia da grande expiação (16,1-34).
II. Código de Santidade (17,1-26,46): é um conjunto de leis introduzidas pela fórmula “Sede santos porque Eu sou santo”, que inclui leis sobre a imolação de animais e leis do sangue (17), leis em matéria sexual (18), deveres para com o próximo (19), penas pelos pecados sexuais (20), santidade dos sacerdotes (21-22), calendário das festas (23), luzes do santuário e pães da oferenda ou da proposição (24,1-9), Ano Sabático e Jubileu (25), bênçãos e maldições (26).Como se torna evidente, neste grande conjunto de leis cultuais, quase metade do livro é constituída pelo “Código de Santidade” (17-26).

III. Apêndice(27,1-34): os votos.

ESPÉCIES DE SACRFÍCIOS Para uma boa compreensão do Levítico, é necessário conhecer o essencial acerca das diferentes espécies de sacrifícios:Holocausto: vem do hebraico olah, que significa “subir” e indica o fumo da vítima que sobe para Deus. A sua característica essencial era a vítima ser totalmente queimada, não ficando para o sacerdote mais do que a pele. Antes do sacrifício, o oferente colocava as mãos sobre a vítima, em sinal de que lhe pertencia, reclamando, assim, os benefícios do seu sacrifício. Depois, ele próprio degolava a vítima, e o sacerdote queimava--a sobre o altar. Este sacrifício pretendia reconhecer o direito absoluto de Deus sobre todas as coisas (1,1-17; 6,1-6).Sacrifício de comunhão (ou pacífico: zebah shelamîm): procurava a comunhão com Deus, dando-lhe graças. Como o holocausto, incluía a imposição das mãos, a imolação da vítima e o derramamento do seu sangue no altar (3,1-17). A parte mais gorda, considerada a melhor, pertencia a Deus e era queimada; as outras duas partes eram distribuídas entre o sacerdote e o oferente; este comia-a num banquete sagrado, para significar a comunhão com a divindade.Oferta vegetal (minhah, “oferta”): era a oferta de produtos do campo, sobretudo de farinha misturada com azeite. Este sacrifício estava ligado à oferta da primeira farinha na festa do Pentecostes, mas tornou-se muito corrente, sendo feito juntamente com os sacrifícios de imolação de animais (ver 2,1-17). Sacrifício pelo pecado (hatat): consistia em oferecer uma vítima por um qualquer pecado. Variava conforme a gravidade do pecado e a importância da pessoa que pecava; para os pobres, podia comutar-se pelos animais mais baratos: um par de rolas ou de pombas (5,7; 12,6-8; Lc 2,24). Este sacrifício distinguia-se dos demais pela aspersão do sangue, «pois o sangue é que faz expiação porque é vida» (17,10-11). Assumia especial importância na festa da Expiação.Sacrifício de reparação da ofensa (asham): era um sacrifício semelhante ao anterior (5,14-26; 7,7).Pães da oferenda (ou da proposição, lit., “pães da face”): eram doze pães, colocados sobre uma mesa que estava diante do Santo dos Santos. Simbolizavam a presença das doze tribos, cada semana, diante do Deus da aliança. Eram renovados cada sábado e só os sacerdotes os podiam comer (24,5-9).Ofertas de incenso: o incenso era considerado o perfume mais excelente e, por isso, oferecia-se a Deus como sinal de adoração e da oração que sobe até Ele. No chamado altar do incenso, que estava diante do Santo dos Santos, o incenso ardia todos os dias, de manhã e de tarde, em honra do Senhor (2,1.15; 6,8; Ex 30,34-38; Mt 2,11; Lc 1,9).

TEOLOGIA E LEITURA CRISTÃ O Levítico representa a resposta cultual do povo de Israel ao Deus da aliança. Os ritos descritos neste livro são a forma humana cultural possível, nesse tempo, do povo a Deus. Jesus Cristo não destruiu este culto (Mt 5,17-20); ele mesmo seguiu várias normas cultuais, presentes no Levítico. No entanto, fez uma interpretação mais espiritual, apontando para um culto que nasça do coração do crente e esteja sempre comprometido com a sua vida concreta e a do mundo que o rodeia (Mt 5,21-48; Mc 7,1-23; Jo 4,20-21; Rm 12,1). Hoje, continuamos a ler este livro para encontrar as raízes do culto cristão e para nos alimentarmos com os seus temas teológicos, presentes em muitos textos do Novo Testamento. A Carta aos Hebreus é o livro do Novo Testamento que mais explicitamente faz uma leitura cristã do Levítico.

I. CÓDIGO SACERDOTAL (1,1-16,34)
1. Ritual dos Sacrifícios (1,1-7,38)
1 Os holocaustos (6,1-6; Ex 29,10-18; Nm 15,1-31) - 1O Senhor chamou Moisés da tenda da reunião e falou-lhe, nestes termos: 2«Fala aos filhos de Israel e diz-lhes: Quando alguém dentre vós apresentar ao Senhor uma oferta de animais, podereis escolher a vossa oferta entre o gado bovino ou entre as ovelhas e as cabras. 3Se a oferta for um holocausto de gado bovino, oferecerá um macho sem defeito; oferecê-lo-á à entrada da tenda da reunião, para ser agradável ao Senhor. 4Imporá a mão sobre a cabeça da vítima, para que seja aceite favoravelmente, servindo de expiação por ele. 5Imolará o novilho diante do Senhor, e os sacerdotes, descendentes de Aarão, oferecerão o sangue e, depois, aspergirão o altar, que está à entrada da tenda da reunião, a toda a volta. 6E, depois de esfolada a vítima, cortá-la-ão nas porções devidas. 7Os sacerdotes, descendentes de Aarão, colocarão o fogo sobre o altar, e disporão lenha sobre o fogo; 8depois, distribuirão as porções, a cabeça e a gordura sobre a lenha, disposta sobre o fogo do altar. 9Lavar-se-ão, com água, as entranhas e as patas; depois, o sacerdote queimará tudo sobre o altar, como um holocausto, como oferta queimada de odor agradável ao Senhor. 10Se a oferta destinada ao holocausto for de cordeiros ou de cabritos, oferecerá um macho sem defeito. 11Imolá-lo-á do lado norte do altar, diante do Senhor, e os sacerdotes, descendentes de Aarão, aspergirão com o sangue o altar a toda a volta. 12Será esquartejado nas porções devidas, separando-se a cabeça e a gordura; o sacerdote colocá-lo-á em cima da lenha, que está sobre o fogo do altar. 13Depois de lavadas com água as entranhas e as patas, o sacerdote oferecerá tudo, queimando-o sobre o altar. É um holocausto, uma oferta queimada de odor agradável ao Senhor. 14Se a oferta ao Senhor for um holocausto de aves, serão oferecidas rolas ou pombos ainda novos. 15O sacerdote oferecerá a ave sobre o altar e lhe torcerá o pescoço; queimá-la-á no altar, depois de ter espremido o sangue sobre os lados do altar. 16Retirará o papo e o seu conteúdo, assim como as penas e deitá-las-á ao lado do altar, a oriente, no lugar onde se deitam as cinzas. 17Então, o sacerdote abrirá a ave pelo lado das asas, sem as separar, e queimá-la-á no altar, sobre a lenha do braseiro. É um holocausto, uma oferta queimada, de odor agradável ao Senhor.»
2 Ofertas de cereais (6,7-16) - 1«Se alguém quiser apresentar ao Senhor uma oblação de cereais, a sua oferta será de flor de farinha, sobre a qual derramará azeite e colocará incenso. 2Levá-la-á aos sacerdotes, descendentes de Aarão. Um deles tomará um punhado desta farinha com o azeite e todo o incenso; queimará este memorial sobre o altar, como oferta queimada de odor agradável ao Senhor. 3O que restar da oblação será para Aarão e seus descendentes: esta é a parte mais sagrada da oblação consumida pelo fogo em honra do Senhor. 4Se quiseres apresentar uma oblação de cereais cozidos no forno, farás bolos de flor de farinha, sem fermento, amassada com azeite e tostas sem fermento, untadas com azeite. 5Se a oblação que ofereceres for preparada na sertã, será de flor de farinha sem fermento, amassada com azeite. 6Dividi-la-ás em bocados e deitarás azeite por cima: é uma oblação. 7Se a oblação que ofereceres for preparada numa caçarola, será de flor de farinha com azeite. 8Levarás, pois, ao Senhor a oblação assim preparada, entregando-a ao sacerdote, que a aproximará do altar; 9depois, tomará desta oblação o memorial e queimá-lo-á sobre o altar: é uma oferta queimada de odor agradável ao Senhor. 10O que restar da oblação será para Aarão e seus descendentes, como parte mais sagrada da oferta queimada em honra do Senhor. 11Toda a oblação de cereais que oferecerdes ao Senhor deverá ser preparada sem fermento; não colocareis nada que contenha fermento ou mel nas ofertas queimadas em honra do Senhor. 12Podereis apresentá-las como oferta dos primeiros frutos da terra, em honra do Senhor, mas não sobre o altar, como oferta de odor agradável. 13Deitarás sal em todas as oblações; e não permitirás que falte o sal da aliança do teu Deus sobre a tua oblação: a todas as tuas ofertas juntarás sal. 14Quando apresentares ao Senhor a oblação dos primeiros frutos da terra, oferecerás espigas torradas no fogo, grãos novos moídos, como oblação das tuas primícias. 15Deitarás azeite por cima, acrescentando também incenso: é uma oblação. 16O sacerdote queimará o memorial tirado dos grãos e do azeite, juntamente com o incenso; é uma oferta queimada em honra do Senhor.»

3 Sacrifício de comunhão (7,11-21) - 1«Se alguém oferecer, em sacrifício de comunhão, uma cabeça de gado bovino - macho ou fêmea - apresentá-lo-á sem defeito diante do Senhor. 2Imporá a mão sobre a cabeça da vítima oferecida, que imolará à entrada da tenda da reunião; depois, os sacerdotes, descendentes de Aarão, aspergirão com o sangue o altar, a toda a volta. 3Deste sacrifício de comunhão, oferecerão, como oferta queimada em honra do Senhor, toda a gordura que envolve as entranhas e toda a que lhes está aderente, 4os dois rins com a gordura que os envolve na região lombar, e a membrana do fígado, que se tirará juntamente com os rins. 5Os sacerdotes, descendentes de Aarão, tudo queimarão no altar, com o holocausto que está colocado sobre a lenha do braseiro; é uma oferta queimada, de odor agradável ao Senhor. 6Se alguém oferecer ao Senhor, em sacrifício de comunhão, uma cabeça de gado miúdo - macho ou fêmea - deve oferecê-lo sem defeito. 7Se apresentar como oferta um cordeiro, oferecê-lo-á diante do Senhor; 8depois, imporá a mão sobre a cabeça da vítima, que imolará diante da tenda da reunião e, com o sangue, os descendentes de Aarão aspergirão o altar, a toda a volta. 9Deste sacrifício de comunhão, o sacerdote oferecerá, como oferta queimada em honra do Senhor, toda a gordura: a cauda inteira, cortada junto da espinha dorsal, a gordura que envolve as entranhas e toda a que lhes está aderente, 10os dois rins com a gordura que os envolve na região lombar e a membrana do fígado, que se tirará juntamente com os rins. 11O sacerdote tudo queimará no altar. É um alimento de oferta queimada em honra do Senhor. 12Se oferecer uma cabra, apresentá-la-á diante do Senhor; 13depois, imporá a mão sobre a cabeça da vítima, que imolará diante da tenda da reunião e os descendentes de Aarão aspergirão com o sangue o altar a toda a volta. 14Da vítima, o sacerdote oferecerá, como oferta queimada em honra do Senhor, a gordura que envolve as entranhas e toda a que lhes está aderente, 15os dois rins com a gordura que os envolve na região lombar e a membrana do fígado, que se tirará juntamente com os rins. 16O sacerdote queimá-los-á no altar, como alimento de oferta queimada, de odor agradável. Toda a gordura pertence ao Senhor. 17Esta é uma lei perpétua para os vossos descendentes, em qualquer lugar em que habitardes: não deveis comer nem a gordura nem o sangue.»
4 Sacrifício expiatório (16; Nm 15,22-31) - 1O Senhor falou a Moisés nestes termos: 2«Fala aos filhos de Israel e diz-lhes: Se alguém pecou involuntariamente, contra alguma coisa que o Senhor tinha proibido, deve proceder da seguinte maneira: 3Se for um sacerdote consagrado quem pecou, tornando assim o povo culpado, oferecerá ao Senhor, pelo seu pecado, um novilho sem defeito, em sacrifício expiatório. 4Levará o novilho à entrada da tenda da reunião, diante do Senhor, e imporá a mão sobre a sua cabeça; depois, imolá-lo-á diante do Senhor. 5Seguidamente, o sacerdote consagrado levará parte do sangue do novilho à tenda da reunião; 6mergulhará o dedo no sangue e, com esse sangue, aspergirá sete vezes, diante do Senhor, a face visível do véu do santuário. 7Depois deitará parte do sangue sobre as hastes do altar dos perfumes, que está diante do Senhor, na tenda da reunião, e derramará o resto do sangue do novilho na base do altar dos holocaustos, que está à entrada da tenda da reunião. 8Depois, extrairá toda a gordura do novilho imolado pelo pecado, tanto a que envolve as entranhas como a que lhes está aderente, 9assim como os dois rins com a gordura que os envolve na região lombar e a membrana do fígado, que se tirará juntamente com os rins, 10tal como se procede com o novilho do sacrifício de comunhão. E o sacerdote queimará tudo isso no altar dos holocaustos. 11Mas a pele do novilho e toda a sua carne, incluindo a cabeça, as patas, as entranhas e os excrementos, 12numa palavra, o novilho inteiro, levá-lo-á para fora do acampamento, para um lugar puro, onde se deitam as cinzas, e aí o queimará sobre lenha. Será queimado onde se deitam as cinzas. 13Se for toda a comunidade de Israel quem pecou involuntariamente, e, sem disso se aperceber, fez alguma coisa que o Senhor tinha proibido, tornando-se, assim, culpada: 14quando o pecado cometido por ela vier a ser conhecido, a comunidade oferecerá, em sacrifício expiatório, um novilho que será conduzido diante da tenda da reunião. 15Os anciãos da comunidade hão-de impor as mãos sobre a cabeça do novilho, diante do Senhor, e aí mesmo o imolarão. 16Seguidamente, o sacerdote consagrado levará parte do sangue do novilho à tenda da reunião. 17Mergulhará o dedo no sangue e, com esse sangue, aspergirá sete vezes diante do Senhor, a face visível do véu; 18depois, deitará parte do sangue sobre as hastes do altar que está diante do Senhor, na tenda da reunião, e derramará o resto do sangue na base do altar dos holocaustos, que está à entrada da tenda da reunião. 19Depois, extrairá toda a gordura do novilho para a queimar sobre o altar, 20procedendo com este novilho como fez com o novilho do sacrifício expiatório. Assim fará o sacerdote o rito da expiação sobre todos, e o pecado ser-lhes-á perdoado. 21Depois levará o novilho para fora do acampamento, queimando-o como queimou o anterior. Este é um sacrifício pelo pecado da comunidade. 22Se foi um dos chefes quem pecou involuntariamente e, sem disso se aperceber, fez alguma coisa que o Senhor, seu Deus, tinha proibido, tornando-se, assim, culpado: 23quando o pecado cometido lhe for revelado, oferecerá em sacrifício um bode sem defeito. 24Imporá a mão sobre a cabeça do bode, que imolará no lugar onde se faz o holocausto, diante do Senhor. É um sacrifício de expiação. 25Seguidamente, o sacerdote tomará com o dedo parte do sangue da vítima sacrificada pelo pecado e deitá-lo-á sobre as hastes do altar dos holocaustos, derramando o resto do sangue na base do altar dos holocaustos. 26Queimará sobre o altar toda a gordura, como se faz com a gordura dos sacrifícios de comunhão. Quando o sacerdote fizer sobre o príncipe o rito de expiação, o seu pecado será perdoado. 27Se foi uma pessoa do povo quem pecou involuntariamente e, sem disso se aperceber, fez alguma coisa que o Senhor tinha proibido, tornando-se, assim, culpada: 28quando o pecado cometido lhe for revelado, oferecerá em sacrifício uma cabra sem defeito, pelo pecado que cometeu. 29Imporá a mão sobre a cabeça da vítima oferecida pelo pecado, que imolará no lugar do holocausto. 30Seguidamente, o sacerdote tomará com o dedo parte do sangue da vítima sacrificada pelo pecado e deitá-lo-á sobre as hastes do altar dos holocaustos, e derramará o resto do sangue na base do altar. 31Depois, extrairá toda a gordura, como no sacrifício de comunhão, para a queimar sobre o altar, como agradável odor em honra do Senhor. Quando o sacerdote fizer sobre ele o rito de expiação, o seu pecado será perdoado. 32Se oferecer um cordeiro para expiação do pecado, oferecerá uma fêmea sem defeito. 33Imporá a mão sobre a cabeça da vítima oferecida pelo pecado, que imolará no lugar do holocausto. 34Seguidamente, o sacerdote tomará com o dedo parte do sangue da vítima sacrificada pelo pecado e deitá-lo-á sobre as hastes do altar dos holocaustos, e derramará o resto do sangue na base do altar. 35Depois, extrairá toda a gordura, como no sacrifício de comunhão, para a queimar sobre o altar, como oferta queimada em honra do Senhor. Quando o sacerdote fizer sobre ele o rito de expiação pelo pecado que cometeu, este ser-lhe-á perdoado.»

5 Sacrifício por culpas várias - 1«Se alguém, apresentado como testemunha, não quiser declarar o que viu ou de que teve conhecimento, será culpado desse pecado. 2Se alguém tocar seja no que for de impuro, quer seja no cadáver de um animal impuro, doméstico ou selvagem, ou no de um réptil, mesmo sem disso ter conhecimento, tornar-se-á também impuro e culpado. 3Ou se, inadvertidamente, tocar numa pessoa que está impura, manchada com qualquer espécie de impureza, quando vier a sabê-lo, tornar-se-á culpado. 4Ou ainda, se alguém, falando irreflectidamente, se comprometer com juramento a fazer algo, seja penoso ou agradável - entre tudo o que se pode jurar irreflectidamente - quando se der conta, tornar-se-á responsável por essas coisas.»

Em caso de pobreza (14,21-32; Lc 2, 23-24) - 5«Quando alguém é culpado de um destes delitos, deve confessar em que pecou; 6depois, apresentará ao Senhor, como reparação pelo pecado que cometeu, uma fêmea de gado miúdo, uma ovelha ou uma cabra, em sacrifício pelo pecado; e o sacerdote fará por ele o rito da expiação do seu pecado. 7Se não tiver meios para comprar uma ovelha ou uma cabra, oferecerá ao Senhor, em expiação do seu pecado, duas rolas ou duas pombas ainda novas: uma, como sacrifício pelo pecado, e outra, como holocausto. 8Levá-las-á ao sacerdote, que oferecerá, primeiramente, a vítima do pecado: há-de torcer-lhe o pescoço, junto da nuca, sem a separar do corpo; 9fará jorrar sangue da vítima pelo pecado, sobre os lados do altar, e o resto do sangue será espremido na base do altar. É um sacrifício pelo pecado. 10Com a segunda ave, oferecerá um holocausto, segundo o ritual. Assim, fará o sacerdote, por esse homem, a expiação do pecado que ele cometeu, e ser-lhe-á perdoado. 11Se não tiver meios suficientes para as duas rolas ou duas pombas ainda novas, apresentará, como oferta pelo seu pecado, a décima parte de um efá de flor de farinha, como sacrifício expiatório; não lhe misturará azeite nem lhe porá incenso, porque é um sacrifício expiatório. 12Levá-la-á ao sacerdote, que tomará um punhado, como memorial, e a queimará sobre o altar, sobre as ofertas queimadas em honra do Senhor: é uma expiação pelo pecado. 13Assim fará o sacerdote a expiação do pecado que esse homem cometeu, relativamente a um dos delitos mencionados, e ser-lhe-á perdoado. A farinha que restar pertencerá ao sacerdote, como na oblação.»

Sacrifício de reparação (7,1-6) - 14O Senhor disse a Moisés: 15«Se alguém, mesmo por inadvertência, pecar gravemente contra os direitos sagrados do Senhor, oferecerá por essa falta um carneiro sem defeito, escolhido no rebanho, cujo valor em prata será calculado segundo os pesos do santuário, como sacrifício de reparação. 16Reparará o dano que causou ao santuário, juntando-lhe mais um quinto e entregando tudo ao sacerdote. Depois, o sacerdote fará a expiação por ele, com o carneiro oferecido em reparação, e ser-lhe-á perdoado. 17Se alguém pecar, involuntariamente, fazendo alguma coisa que o Senhor tenha proibido, será igualmente culpado e suportará a sua culpa; 18apresentará ao sacerdote um carneiro sem defeito, escolhido no rebanho, segundo a sua avaliação, como sacrifício de reparação. O sacerdote fará por ele o rito de expiação da falta cometida inadvertidamente, e esta ser-lhe-á perdoada. 19É um sacrifício de reparação, porque, diante do Senhor, ele era verdadeiramente culpado.» 20O Senhor disse ainda a Moisés: 21«Se alguém pecar, cometendo algumas destas faltas graves contra o Senhor: negando ao seu próximo um objecto recebido em depósito, um valor que lhe tenha sido confiado, um objecto roubado, ou que tenha defraudado de qualquer modo o seu próximo; 22ou negando ter encontrado um objecto perdido e se, além disso, jura falso por qualquer destas acções pelas quais o homem costuma pecar; 23aquele que assim pecar e for responsável pelo delito, deverá restituir o objecto roubado ou extorquido ao seu próximo, o depósito que lhe tinha sido confiado ou o objecto perdido que encontrou, 24ou outro qualquer objecto pelo qual jurou falsamente. Pagá-lo-á integralmente, acrescentando-lhe um quinto do seu valor. Entregá-lo-á ao seu proprietário no mesmo dia em que oferecer o sacrifício de reparação. 25Como reparação ao Senhor pelo seu delito, deverá trazer ao sacerdote um carneiro sem defeito, escolhido do rebanho, segundo o valor indicado para o sacrifício de reparação. 26Quando o sacerdote fizer sobre ele o rito da expiação, diante do Senhor, receberá o perdão da falta de que se tornou culpado.»

6 Holocausto (1,1-17; 16; Ex 29,10-18; Nm 15,1-31) - 1O Senhor disse a Moisés: 2«Darás a Aarão e aos seus descendentes as seguintes ordens: estas são as leis do holocausto. O holocausto fica sobre o braseiro do altar toda a noite, até de manhã; o fogo do altar manter-se-á ali aceso. 3O sacerdote revestirá a túnica de linho, depois de ter vestido os calções de linho; retirará do altar as cinzas gordurosas do fogo que consumiu o holocausto, e depositá-las-á ao lado do altar. 4Depois, despojar-se-á das suas vestes e revestirá outras, para transportar as cinzas para fora do acampamento, para um lugar puro. 5O fogo do altar deverá ali arder sem se extinguir. O sacerdote ateá-lo-á com lenha, todas as manhãs, disporá sobre ela o holocausto e queimará a gordura do sacrifício de comunhão. 6O fogo arderá ininterruptamente sobre o altar, sem nunca se extinguir.»

Ofertas de cereais (2,1-16) - 7«Estas são as normas da oblação: os descendentes de Aarão hão-de apresentá-la ao Senhor diante do altar. 8Retirar-se-á um punhado da flor de farinha da oblação com o azeite e todo o incenso que a cobre; queimar-se-á sobre o altar, como memorial e oferta de agradável odor ao Senhor. 9O que restar da oblação será para Aarão e os seus descendentes comerem; comê-la-ão sob a forma de pão ázimo, num lugar santo, isto é, no átrio da tenda da reunião. 10Não será cozido com o fermento, pois é a parte que reservei para eles, das ofertas queimadas em minha honra; é uma coisa santíssima, como no sacrifício pelo pecado e como o sacrifício de reparação. 11Somente os homens da descendência de Aarão poderão comê-lo: é uma concessão perpétua feita aos vossos descendentes, sobre as ofertas queimadas em honra do Senhor. Tudo o que nelas tocar tornar-se-á santo.»

Oblação do Sumo Sacerdote - 12O Senhor disse a Moisés: 13«Esta é a oferta que Aarão e seus descendentes apresentarão ao Senhor, no dia em que cada um deles receber a unção: um décimo de um efá de farinha, como oblação perpétua, metade de manhã e metade de tarde. 14Esta oblação será preparada numa sertã, com azeite, e, depois de estar bem amassada, dividi-la-ás em bocados, que oferecerás como odor agradável ao Senhor. 15Todo o descendente de Aarão que for ungido como seu sucessor fará esta oblação. Esta é uma lei perpétua diante do Senhor, e a oblação deve ser queimada totalmente. 16Toda a oblação de um sacerdote será também queimada integralmente, e dela nada será comido.»

Sacrifício pelo pecado (4,1-35; 16; Nm 15,22-31) - 17O Senhor disse a Moisés: 18«Diz a Aarão e aos seus descendentes: Estas são as leis do sacrifício pelo pecado: a vítima do sacrifício pelo pecado será imolada na presença do Senhor, no lugar onde se imola o holocausto; é uma coisa santíssima. 19O sacerdote que oferecer a vítima pelo pecado comê-la-á num lugar santo, isto é, no átrio da tenda da reunião. 20Tudo o que tocar nessa carne tornar-se-á santo. Se o sangue salpicar alguma veste, esta será lavada num lugar santo. 21A panela de barro, em que for cozida, será quebrada; se for cozida numa panela de bronze, esta será esfregada e lavada com água. 22Somente os homens da família sacerdotal poderão comê-la; é uma coisa santíssima. 23Mas a vítima pelo pecado, cujo sangue é levado para a tenda da reunião, para se fazer a expiação no santuário, não será comida em caso algum; será queimada no fogo.»

7 Sacrifício de reparação (5,14-26) - 1«Estas são as leis do sacrifício de reparação. Trata-se de uma coisa santíssima: 2A vítima do sacrifício de reparação será imolada no lugar onde se imola o holocausto, e o sangue será aspergido em torno do altar. 3Depois, oferecer-se-á toda a gordura: a cauda, a gordura que envolve as entranhas, 4os dois rins com a gordura que os cobre na região lombar e a membrana do fígado, que se separa com os rins. 5O sacerdote queimará tudo isso sobre o altar, como oferta queimada em honra do Senhor. É um sacrifício de reparação. 6Somente os homens da família sacerdotal poderão comer a vítima oferecida. Será comida num lugar santo, porque é uma coisa santíssima. 7No sacrifício pelo pecado como no de reparação, a norma é a mesma. A vítima será para o sacerdote que fizer o rito de expiação. 8Quando um sacerdote oferecer o holocausto de um particular, a pele da vítima oferecida pertencer-lhe-á. 9Toda a oblação cozida no forno, ou preparada numa caçarola ou numa sertã, pertencerá ao sacerdote que a oferecer. 10Qualquer oblação amassada em azeite ou seca pertencerá aos descendentes de Aarão, a todos por igual.»

Sacrifício de comunhão (3,1-17; 22, 17-25) - 11«Esta é a lei do sacrifício de comunhão a oferecer ao Senhor: 12se for oferecido juntamente com o sacrifício de acção de graças, oferecer-se-ão, juntamente com a vítima do sacrifício de acção de graças, bolos sem fermento amassados com azeite, bolachas sem fermento, humedecidas de azeite, a flor de farinha, frita em filhós amassadas com azeite. 13Apresentar-se-á esta oferta com bolos de pão fermentado, juntamente com o sacrifício de comunhão, oferecido em acção de graças. 14Retirar-se-á um bolo de cada uma destas ofertas, como tributo ao Senhor e pertencerá ao sacerdote, que tiver derramado o sangue da vítima do sacrifício de comunhão. 15A carne da vítima deste sacrifício de acção de graças será comida no próprio dia da oferta. Nada será deixado para o dia seguinte. 16Se alguém oferecer uma vítima, em cumprimento de um voto ou como oferta voluntária, comerá dela no dia em que for oferecida, e o resto poderá ser comido no dia imediato. 17Se ainda restar carne do sacrifício no terceiro dia, será consumida pelo fogo. 18Se alguém, ao terceiro dia, ousar comer a carne deste sacrifício de comunhão, ele não beneficiará quem o ofereceu; será uma coisa reprovada e aquele que a comer suportará o peso da sua falta. 19Se a carne tiver tocado em qualquer coisa impura, não será comida e queimar-se-á no fogo; e todo aquele que estiver puro poderá comer da carne do sacrifício. 20Mas se alguém, em estado de impureza, comer a carne do sacrifício de comunhão, será exterminado do seu povo. 21Aquele que tocar nalguma coisa impura, numa impureza humana ou num animal impuro, ou seja, no que for abominável e impuro, se, em seguida, comer a carne do sacrifício de comunhão oferecido ao Senhor, será exterminado do seu povo.»

Outras prescrições - 22O Senhor disse a Moisés: 23«Diz aos filhos de Israel o seguinte: ‘Não comereis a gordura de boi, nem de ovelha, nem de cabra. 24A gordura de um animal morto, ou despedaçado por uma fera, poderá ser aplicado a qualquer uso; mas não o podereis comer. 25Quem comer a gordura dos animais que foram apresentados como oferta queimada em honra do Senhor, esse será exterminado do seu povo. 26Seja qual for o lugar que habitardes, não comereis nenhuma espécie de sangue, seja de ave ou de animal. 27Quem comer sangue de qualquer espécie, será exterminado do seu povo.’» 28O Senhor disse ainda a Moisés: «Diz o seguinte aos filhos de Israel: 29«‘Aquele que oferecer ao Senhor o seu sacrifício de comunhão deve apresentar-lhe a parte que lhe pertence desse sacrifício. 30Apresentará com as suas próprias mãos as ofertas queimadas diante do Senhor: a gordura e o peito; mas o peito deve apresentar-se com o rito de apresentação diante do Senhor. 31O sacerdote queimará a gordura sobre o altar, mas o peito será para Aarão e para os seus descendentes. 32Dareis também ao sacerdote a coxa direita, como tributo dos vossos sacrifícios de comunhão. 33O sacerdote descendente de Aarão que oferecer o sangue e a gordura do sacrifício de comunhão é que receberá a coxa direita. 34Pois o peito oferecido em rito de apresentação e a coxa como parte reservada retirei-as Eu aos filhos de Israel, dos seus sacrifícios de comunhão, e destinei-as ao sacerdote Aarão e aos seus descendentes, como lei perpétua entre os filhos de Israel. 35Esta é a parte que cabe a Aarão e seus descendentes, nas ofertas queimadas em honra do Senhor, a partir do dia em que principiam a exercer o sacerdócio do Senhor. 36É o que o Senhor ordenou que os filhos de Israel dessem aos sacerdotes, desde o dia da unção, como lei perpétua, para todos os seus descendentes.’» 37Estas são as leis relativas ao holocausto, à oblação, ao sacrifício pelo pecado, ao sacrifício de reparação, de consagração dos sacerdotes e ao sacrifício de comunhão, 38conforme o Senhor prescreveu a Moisés, no monte Sinai, quando ordenou aos filhos de Israel que lhe apresentassem as suas ofertas no deserto do Sinai.

2. Consagração dos Sacerdotes (8,1-10,20)
8 Consagração dos sacerdotes (v.5-26; Ex 28,1-43; 29,1-46; 30,22-33; 39,1-32) - 1O Senhor disse a Moisés: 2«Toma Aarão e seus filhos; toma também as vestes, o óleo de unção, o novilho para o sacrifício pelo pecado, os dois carneiros e o cesto de pães ázimos; 3convoca toda a assembleia para a entrada da tenda da reunião.» 4Moisés obedeceu ao que o Senhor ordenara: convocou a assembleia à entrada da tenda da reunião. 5Moisés disse, então, à assembleia: «Este é o cerimonial que o Senhor mandou cumprir.» 6Depois, mandou aproximar Aarão e filhos e lavou-os com água. 7Vestiu a Aarão a túnica sacerdotal, cingiu-o com o cinto e revestiu-o com o manto; colocou-lhe a insígnia votiva, e cingiu-o com o cíngulo da insígnia votiva. 8Colocou-lhe o peitoral, ao qual ajustou "os urim" e "os tumim". 9Pôs-lhe a tiara na cabeça, e, na frente da tiara, fixou a flor de ouro, diadema sagrado, como o Senhor tinha ordenado a Moisés. 10Depois, Moisés tomou o óleo de unção, ungiu e consagrou a morada santa e tudo quanto ela encerrava. 11Aspergiu sete vezes o altar, ungiu-o a seguir com todos os seus utensílios, assim como a bacia e o seu suporte, a fim de os consagrar. 12Depois, derramou óleo da unção sobre a cabeça de Aarão e ungiu-o, para o consagrar. 13Moisés mandou aproximar os filhos de Aarão, revestiu-os com as túnicas e com os cintos e colocou-lhes as tiaras, como o Senhor lhe tinha ordenado. 14Mandou, a seguir, aproximar o novilho do sacrifício pelo pecado, e Aarão e os filhos impuseram as mãos sobre a cabeça do novilho. 15Moisés imolou-o, recolheu o sangue e, molhando nele o dedo, aplicou-o sobre as hastes do altar, a toda a volta, para o purificar; depois, derramou o resto do sangue na base do altar e consagrou-o, para se fazer sobre ele a expiação do pecado. 16Tomou toda a gordura das entranhas, a membrana do fígado, os dois rins com a sua gordura, e queimou tudo sobre o altar. 17Mas queimou fora do acampamento o novilho, a pele, a carne e os excrementos, como o Senhor lhe tinha ordenado. 18Mandou aproximar o carneiro do holocausto, e Aarão e os filhos impuseram-lhe as mãos sobre a cabeça. 19Moisés imolou-o e derramou o sangue em volta do altar. 20Cortou o carneiro nas porções devidas e queimou a cabeça, as várias partes e a gordura. 21Lavou com água as entranhas e as patas e queimou o carneiro todo sobre o altar. Foi um holocausto de odor agradável, uma oferta queimada em honra do Senhor como Ele tinha ordenado a Moisés. 22Mandou, em seguida, aproximar o segundo carneiro, o carneiro da consagração; Aarão e seus filhos impuseram-lhe as mãos sobre a cabeça. 23Moisés imolou-o, tomou um pouco de sangue e aplicou-o sobre o lóbulo da orelha direita de Aarão, sobre o polegar da mão direita e sobre o dedo grande do pé direito. 24Mandou, a seguir, aproximar os filhos de Aarão, e aplicou um pouco de sangue sobre o lóbulo da orelha direita, sobre o polegar da mão direita e sobre o dedo grande do pé direito de cada um deles, derramando o resto do sangue em volta do altar. 25Tomou as partes gordurosas, a cauda, toda a gordura das entranhas, a membrana do fígado, os dois rins com a sua gordura e a coxa direita. 26Tomou do cesto dos pães ázimos, que estava diantedo Senhor, um bolo sem fermento,uma torta amassada com azeite e uma filhó, que juntou às gorduras e à coxa direita. 27Pôs tudo sobre as mãos de Aarão e de seus filhos, e agitou tudo diante do Senhor, em rito de apresentação. 28Depois, Moisés retirou isso das suas mãos e queimou tudo sobre o altar com o holocausto. Foi um sacrifício de consagração, de odor agradável, uma oferta queimada em honra do Senhor. 29Moisés tomou o peito do carneiro e fez com ele, diante do Senhor, o rito de apresentação. Esta parte do carneiro da consagração ficou a pertencer a Moisés, como o Senhor lhe tinha ordenado. 30Moisés tomou, então, óleo da unção e sangue que estava sobre o altar e aspergiu com eles Aarão, as suas vestes, assim como seus filhos e suas vestes; foi assim que ele consagrou Aarão e suas vestes, os filhos e também as suas vestes. 31Moisés disse-lhes: «Cozei a carne, à entrada da tenda da reunião; é ali que a deveis comer com o pão, que se encontra no cesto das ofertas da consagração, como ordenei quando disse: ‘Aarão e os seus filhos é que devem comer essa carne.’ 32O que restar da carne e do pão, queimá-lo-eis no fogo. 33Durante sete dias, não vos afastareis da tenda da reunião, até que se completem os dias da vossa consagração, a qual durará sete dias. 34Como se procedeu neste dia, o Senhor ordenou que se voltasse a proceder, a fim de fazer o rito da vossa purificação. 35Permanecereis, pois, sete dias à entrada da tenda da reunião, dia e noite, e cumprireis as ordens do Senhor, a fim de não morrerdes; porque assim me foi ordenado.» 36Aarão e seus filhos fizeram tudo quanto o Senhor lhes ordenara, por intermédio de Moisés.

9 Primeiros sacrifícios de Aarão e seus filhos - 1No oitavo dia, Moisés chamou Aarão e seus filhos, assim como os anciãos de Israel, 2e disse a Aarão: «Toma um novilho para o sacrifício pelo pecado, e um carneiro para o holocausto, ambos sem defeito, e apresenta-os diante do Senhor. 3E dirás aos filhos de Israel: ‘Tomai um bode para sacrifício pelo pecado, um novilho e um cordeiro de um ano, todos sem defeito, para o holocausto; 4um touro e um carneiro para o sacrifício de comunhão a fim de o sacrificardes diante do Senhor, e uma oblação de farinha amassada com azeite, porque o Senhor vai aparecer-vos hoje.’» 5Eles levaram para diante da tenda da reunião tudo o que Moisés ordenara; toda a assembleia se aproximou e manteve-se de pé diante do Senhor. 6Moisés disse: «Isto é o que o Senhor ordenou; ponde-o em prática, para que a glória do Senhor apareça.» 7Disse ainda a Aarão: «Aproxima-te do altar, oferece o teu sacrifício pelo pecado e o teu holocausto, e faz o rito de purificação em teu favor e em favor do povo; depois, apresenta a oferta do povo para expiar os seus pecados, como o Senhor ordenou.» 8Aarão aproximou-se do altar e imolou o novilho para expiação dos seus próprios pecados. 9Os seus filhos apresentaram-lhe o sangue e molhou nele o dedo, aplicando-o sobre as hastes do altar; e derramou o resto do sangue na base do altar. 10Depois, queimou sobre o altar a gordura, os rins e a membrana do fígado da vítima pelo pecado, como o Senhor tinha ordenado a Moisés. 11Queimou, porém, fora do acampamento, a carne e a pele. 12Imolou, seguidamente, a vítima do holocausto; os filhos de Aarão apresentaram-lhe o sangue, e ele derramou-o em volta do altar. 13Apresentaram-lhe a vítima do holocausto, peça por peça, e, depois, a cabeça; ele queimou tudo sobre o altar. 14Lavou as entranhas e as patas e queimou-as com o holocausto, sobre o altar. 15Apresentou, a seguir, a oferta do povo: tomou o bode que o povo tinha apresentado como sacrifício pelo pecado, imolou-o e ofereceu-o em expiação como tinha feito com a primeira vítima. 16Ofereceu também o holocausto, procedendo conforme a regra estabelecida. 17Juntou a isso a oblação de farinha, da qual retirou uma mão cheia, que queimou sobre o altar, independentemente do holocausto da manhã. 18Imolou depois o touro e o carneiro do sacrifício de comunhão oferecido pelo povo. Os filhos de Aarão apresentaram-lhe o sangue, com que ele aspergiu o altar a toda a volta. 19Depois, as gorduras do touro e do carneiro, a cauda, a gordura que envolve os rins e a membrana do fígado; 20todas as gorduras foram por eles colocadas sobre o peito dos animais e Aarão queimou tudo sobre o altar. 21Quanto ao peito e à coxa direita, Aarão agitou-os em rito de apresentação diante do Senhor, como Moisés ordenara. 22Estendendo as mãos sobre o povo, Aarão abençoou-os e desceu do altar, depois de ter oferecido o sacrifício pelo pecado, o holocausto e o sacrifício de comunhão. 23Moisés e Aarão entraram na tenda da reunião e, quando saíram, abençoaram o povo. E a glória do Senhor manifestou-se a todo o povo. 24Um fogo irrompeu da presença do Senhor, e consumiu o holocausto e as gorduras que estavam sobre o altar. Ao ver isto, todo o povo soltou gritos de alegria e prostrou-se com o rosto por terra.

10 Punição de Nadab e Abiú (Nm 3,1-4; 16,1-35) - 1Os filhos de Aarão, Nadab e Abiú, tomando cada um o seu turíbulo, puseram neles fogo, e incenso por cima, e ofereceram ao Senhor um fogo profano, coisa que Ele não tinha ordenado. 2Irrompeu, então, da presença do Senhor, um fogo que os devorou e eles morreram diante do Senhor. 3Moisés disse a Aarão: «Foi isto mesmo que o Senhor anunciou quando disse: ‘Ao que está perto de mim mostro a minha santidade; e diante de todo o povo, mostro a minha glória.’» Aarão entoou uma lamentação. 4Moisés chamou Michael e Elsafan, filhos de Uziel, e disse-lhes: «Vinde, levai os vossos irmãos da frente do santuário, para fora do acampamento.» 5Eles avançaram e puxaram-nos pelas suas túnicas para fora do acampamento, como Moisés lhes dissera. 6Moisés disse a Aarão e a seus filhos, Eleázar e Itamar: «Não ponhais em desalinho os vossos cabelos nem rasgueis as vossas vestes, para não morrerdes e para que o Senhor não se irrite com toda a assembleia; aos vossos irmãos e a toda a casa de Israel, compete chorar aqueles que o Senhor fez morrer pelo fogo. 7Não vos afasteis da entrada da tenda da reunião, para não morrerdes; porque o óleo da unção do Senhor está sobre vós.» E eles procederam como Moisés tinha dito. 8O Senhor disse depois a Aarão: 9«Não beberás vinho nem bebidas alcoólicas, nem tu nem os teus filhos, quando tiverdes de entrar na tenda da reunião, para não morrerdes; é uma lei perpétua para os vossos descendentes, 10a fim de poderdes discernir entre o que é santo e o que é profano, entre o que é puro e o que é impuro, 11e ensinar aos filhos de Israel todas as leis que o Senhor lhes deu por intermédio de Moisés.» 12Moisés disse a Aarão e aos filhos que lhe restavam, Eleázar e Itamar: «Tomai a parte da oblação que sobejou das ofertas queimadas em honra do Senhor e comei-a sem fermento, ao lado do altar, porque é uma coisa santíssima. 13Comê-la-eis, num lugar santo; é o teu direito e o de teus filhos sobre as ofertas queimadas em honra do Senhor, porque assim me foi ordenado. 14Comereis num lugar puro, tu e os teus filhos e as tuas filhas, o peito que foi oferecido no rito de apresentação, e a coxa que te está reservada, porque são a parte destinada a ti e aos teus filhos sobre os sacrifícios de comunhão oferecidos pelos filhos de Israel. 15Juntarão a esta coxa de tributo e a este peito do rito de apresentação as gorduras destinadas ao fogo, a fim de serem também agitadas em rito de apresentação diante do Senhor: pertencer-te-ão a ti e aos teus filhos, como lei perpétua, conforme o Senhor ordenou.» 16Moisés quis saber o que era feito do bode do sacrifício pelo pecado, e averiguou que tinha sido queimado. Então, irritou-se com Eleázar e Itamar, os filhos de Aarão que ficaram vivos, e disse-lhes: 17«Porque não comestes a vítima da expiação pelo pecado no lugar santo, tratando-se de uma coisa santíssima? Ela foi-vos concedida para assumir as faltas da comunidade e para expiar o seu pecado diante do Senhor. 18Visto que o sangue desta vítima não foi introduzido no lugar santo, deveis comer a vítima no lugar santo, como vos ordenei.» 19Aarão respondeu-lhe: «Eles ofereceram hoje mesmo o seu sacrifício pelo pecado e o seu holocausto diante do Senhor, e o mesmo me aconteceu a mim. Se eu comesse hoje um sacrifício pelo pecado, porventura esse procedimento seria aceite de bom grado pelo Senhor?» 20Ao ouvir estas palavras, Moisés deu-se por satisfeito.
3. Código da Pureza Ritual (11,1-15,33)

11 Animais puros e impuros (Dt 14,3-21; Mt 15,10-20; Act 10,9-16; 11,1-18) - 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão: 2«Falai assim aos filhos de Israel: Eis aqui os animais que podereis comer, de entre todos os quadrúpedes, que vivem sobre a terra: 3podereis comer todo o animal que tem unha de pé dividida em dois cascos e que rumina. 4Mas não comereis aqueles que só ruminam e não têm a unha dividida, ou só têm a unha dividida e não ruminam. A estes tê-los-eis por impuros, tal como o camelo que rumina, mas não tem a unha dividida. 5Igualmente, o coelho, que rumina, mas não tem a unha dividida: tê-lo-eis por impuro. 6A lebre, porque rumina, mas não tem a unha dividida, será impura, para vós. 7O porco, que tem a unha dividida, mas que não rumina, será impuro, para vós. 8Não comereis carne de nenhum deles nem tocareis em nenhum dos seus cadáveres: são impuros para vós. 9Entre os diversos animais aquáticos, eis os que podereis comer: podeis comer tudo o que, nas águas dos mares ou dos rios, tem barbatanas e escamas. 10Mas tudo o que não tem barbatanas nem escamas, nos mares ou nos rios, quer os répteis, quer os animais que vivem na água, e todos os seres vivos que nela se encontram são imundos para vós, 11e imundos continuarão a ser: não comais a carne e considerai os seus cadáveres como imundície. 12Todo o animal aquático que não tem barbatanas nem escamas será para vós imundo. 13De entre as aves, eis as que deveis considerar imundas e que não deveis comer, porque são abomináveis: a águia, o xofrango e o esmerilhão; 14o falcão e o abutre de qualquer espécie; 15toda a variedade de corvos; 16a avestruz, a andorinha, a gaivota e o gavião, de qualquer espécie; 17a coruja, o milhafre e o mocho; 18o corvo marinho; o pelicano e a cegonha, 19toda a variedade de garças, o faisão e o morcego. 20Todo o insecto voador que anda sobre quatro patas será para vós imundo. 21Mas, entre os insectos voadores que andam sobre quatro patas, podereis comer aqueles que têm além das patas, articulações para poderem saltar em terra. 22Podeis, então, comer os seguintes: toda a espécie de gafanhotos, de locustas, de saltões e de grilos. 23Qualquer outro insecto voador, de quatro patas será para vós considerado imundo. 24Eles tornar-vos-ão impuros; quem tocar nos seus cadáveres, ficará impuro até à tarde, 25e quem transportar o seu cadáver deve lavar as suas roupas e ficará impuro até à tarde. 26Todos os quadrúpedes que têm o casco não dividido, ou que não ruminam, esses são impuros para vós: quem neles tocar, ficará impuro. 27Todos aqueles que, de entre os quadrúpedes, caminham sem cascos nas patas, são impuros para vós; quem tocar nos seus cadáveres ficará impuro até à tarde, 28quem transportar os seus cadáveres deve lavar as suas roupas e ficar impuro até à tarde; são animais impuros para vós. 29Eis os animais que tereis por impuros de entre todos os que rastejam sobre a terra: a toupeira, o rato, o lagarto e todas as suas espécies; 30o ouriço-cacheiro, o crocodilo, a salamandra, a lagartixa e o camaleão. 31Entre todos os répteis, estes são impuros para vós; quem os tocar depois de mortos ficará impuro até à tarde. 32Todo o objecto sobre o qual cair qualquer animal destes, depois de morto, ficará impuro: utensílios de madeira, vestuário, peles, sacos e todo e qualquer objecto de uso, ficarão contaminados até à tarde. Por isso, devem ser lavados; só depois é que ficarão puros. 33Se cair algum destes animais no interior de algum vaso de barro, todo o seu conteúdo ficará impuro, e quebrareis o vaso. 34Todo o alimento que for tocado pela água desse vaso ficará impuro; toda a bebida por ela tocada, seja qual for o recipiente que a contenha, será impura. 35Todo o objecto sobre o qual cair alguma parte do seu cadáver ficará contaminado; ainda que seja um forno ou um fogão, serão destruídos; são impuros e impuros ficarão para vós. 36Contudo, uma fonte ou uma cisterna, contendo uma quantidade de água, permanecerá pura; mas quem tocar nos cadáveres ficará impuro. 37Se alguma parte dos seus cadáveres cair sobre o grão que se destina às sementeiras, a semente ficará pura. 38Mas, se o grão já foi molhado, e sobre ele cair algum destes cadáveres considerá-lo-eis impuro para vós. 39Se ocorrer a morte de um dos animais que vos é lícito comer, quem tocar no seu cadáver ficará impuro até à tarde. 40Aquele que comer essa carne morta deverá lavar as suas roupas e ficará impuro até à tarde; e aquele que a transportar deverá lavar as suas roupas e ficará impuro até à tarde. 41Todo o réptil que rasteja sobre a terra é coisa imunda; não poderá ser comido. 42Todo o animal que rasteja sobre o ventre, o que se move sobre as quatro patas, ou sobre um número maior de patas, não os comereis, porque são imundos. 43Não vos torneis vós mesmos imundos, por causa desses seres que rastejam; não vos contamineis com eles e não sejais contaminados por eles. 44Porque Eu sou o Senhor, vosso Deus, deveis santificar-vos e permanecer santos, porque Eu sou santo; e não vos torneis impuros por causa de todos esses répteis que rastejam sobre a terra. 45Porque Eu sou o Senhor que vos fez sair do Egipto, para ser o vosso Deus. Sede santos, porque Eu sou santo. 46Esta é a lei relativa aos quadrúpedes, às aves, a todos os seres vivos que se movem nas águas, e a todos aqueles que rastejam sobre a terra, 47a fim de que se distinga o que é impuro do que é puro, o animal que se pode comer daquele que se não deve comer.»

12 Purificação após a maternidade (15,19-32; Lc 2,21-24) - 1O Senhor falou a Moisés nestes termos: «Diz aos filhos de Israel: 2‘Quando uma mulher grávida der à luz uma criança do sexo masculino, ficará impura durante sete dias, tantos quantos os da sua impureza menstrual. 3No oitavo dia, proceder-se-á à circuncisão do prepúcio do filho. 4A mulher ficará ainda trinta e três dias para se purificar do sangue. Não tocará em coisa alguma consagrada e não entrará no lugar santo, até findar o tempo da sua purificação. 5Se der à luz uma filha, ficará impura durante duas semanas, como na sua impureza menstrual e permanecerá durante sessenta e seis dias para se purificar do sangue. 6Quando terminar o tempo da sua purificação, para um filho ou para uma filha, apresentará ao sacerdote, à entrada da tenda da reunião, um cordeiro de um ano, como holocausto e uma pomba ou uma rola, como sacrifício pelo pecado. 7O sacerdote oferecê-los-á ao Senhor, fará o rito da purificação por ela, e será purificada do fluxo do sangue. Esta é a lei relativa à mulher que dá à luz um filho ou uma filha. 8Se não tiver meios para oferecer um cordeiro, tomará duas rolas ou duas pombas, uma para o holocausto e outra para o sacrifício pelo pecado; o sacerdote fará a expiação por ela e será purificada.»

13 A lepra (Nm 12,10-15; Lc 17,11-19) - 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão: 2«Quando um homem tiver na pele do seu corpo um tumor, uma doença de pele ou uma mancha, podendo degenerar numa afecção leprosa sobre a pele, será apresentado ao sacerdote Aarão, ou a um dos sacerdotes seus descendentes. 3O sacerdote examinará a afecção da pele: se o pêlo que ali se encontra se tornou branco e se a chaga se apresenta mais funda que a pele do corpo, é uma chaga de lepra. Por isso, o sacerdote que o examinou declará-lo-á impuro. 4Se tiver na pele uma mancha branca, se a chaga não se apresenta mais funda que a pele ou se o pêlo não se tornou branco, o sacerdote isolará o enfermo durante sete dias. 5Depois, no sétimo dia, examiná-lo-á: se a chaga se apresentar estacionária e não se desenvolver sobre a pele, o sacerdote isolá-lo-á segunda vez, outros sete dias. 6No sétimo dia, examiná-lo-á novamente: se a chaga diminuiu e não se alargou sobre a pele, o sacerdote declará-lo-á puro, pois não passa de uma dermatose; o homem lavará as suas roupas e ficará puro. 7Mas se a doença de pele se alastrar sobre a pele, depois de se ter mostrado ao sacerdote e ter sido declarado puro, deve mostrar-se de novo ao sacerdote. 8O sacerdote, ao verificar que a doença alastrou sobre a pele, declará-lo-á impuro: é lepra. 9Quando um homem for atingido pela lepra, será levado ao sacerdote. 10Este o examinará: se tiver na pele um tumor branco, se esse tumor tiver embranquecido o pêlo e se aparecer no meio do tumor um pouco de carne viva, 11é uma lepra inveterada na pele do corpo; por isso, o sacerdote declará-lo-á impuro; não o isolará, porque está manifestamente impuro. 12Mas se a lepra continuar a alastrar sobre a pele e a cobrir desde a cabeça até aos pés, por toda a parte que o olhar do sacerdote atingir, 13este deve examiná-lo: se a lepra tomou todo o corpo, declarará o doente puro. 14Mas, quando ali se manifestar uma carne viva, será considerado impuro. 15Quando o sacerdote vir a carne viva, declará-lo-á impuro; a carne viva é coisa impura; há lepra. 16Contudo, se a carne viva se fizer branca, apresentar-se-á ao sacerdote. 17Ele o examinará e, verificando que a chaga se tornou branca, declarará-lo-á puro; ele está puro. 18Quando um homem tiver na pele do corpo uma úlcera que cicatrizou, 19mas, se no mesmo lugar se manifestar um tumor branco avermelhado, esse homem mostrar-se-á ao sacerdote para ser examinado. 20Este examinará e, verificando que o tumor se apresenta mais fundo do que a pele e que o pêlo se tornou branco, o sacerdote declarará esse homem impuro: é uma chaga de lepra que se desenvolveu sobre a úlcera. 21Mas, se o sacerdote verificar que o tumor não contém pêlo branco, que não está mais fundo do que a pele e que não está amortecido, isolará esse homem durante sete dias. 22Se, entretanto, alastrar sobre a pele, o sacerdote declará-lo-á impuro. É uma chaga de lepra. 23Mas se a mancha permanecer estacionária, sem se estender, é a cicatriz da úlcera, e o sacerdote considerá-lo-á puro. 24Quando uma pessoa tiver na pele do corpo uma queimadura, e a cicatriz da queimadura se transformar numa mancha branca ou branca-avermelhada, 25o sacerdote examiná-la-á. Se o pêlo se tornou branco no lugar da mancha e se ela parecer mais funda do que a pele, é lepra que se desenvolveu sobre a queimadura; por isso, o sacerdote, declarará impuro esse homem. É uma chaga de lepra. 26Mas se o sacerdote verificar que não existe pêlo branco na mancha, que ela não é mais funda do que a pele e que está amortecida, isolaráesse homem durante sete dias. 27E no sétimo dia examiná-lo-á. Se a mancha alastrou, sobre a pele, o sacerdote declará-lo-á impuro, pois isso é uma chaga de lepra. 28Mas, se a mancha permanecer estacionária, sem se estender sobre a pele e permanecer amortecida, não passa da inflamação de uma queimadura. 29Quando um homem ou mulher tiver uma chaga na cabeça ou no queixo, 30o sacerdote, ao observar que esta chaga parece mais funda que a pele, e se aí encontrar pêlo amarelado e fraco, declarará a pessoa impura: é tinha, isto é, a lepra da cabeça ou do queixo. 31Mas, se o sacerdote verificar que a chaga da tinha não se apresenta mais funda do que a pele, e não tem pêlo preto, o sacerdote isolará o portador da chaga da tinha, durante sete dias. 32No sétimo dia, o sacerdote examinará a chaga: se a tinha não se desenvolveu, se nela não for encontrado nenhum pêlo amarelado, e se a tinha não parecer mais funda do que a pele, 33a pessoa rapar-se-á, mas não rapará a parte doente; depois, o sacerdote isolará essa pessoa pela segunda vez, durante sete dias. 34No sétimo dia, o sacerdote examinará a tinha: se não alastrou sobre a pele e não parecer mais funda do que a pele, o sacerdote declarará essa pessoa pura. Ela lavará as suas roupas e ficará pura. 35Mas se a tinha alastrar sobre a pele, depois desta declaração de pureza, 36o sacerdote verificará que a tinha alastrou sobre ela. Não tem que inquirir acerca do pêlo amarelado: a pessoa é impura. 37Mas se a tinha não se desenvolveu, se ali aparecer pêlo preto, a tinha está curada, e a pessoa está pura; por isso, o sacerdote declará-la-á pura. 38Se um homem ou uma mulher tem a pele do corpo semeada de manchas brancas, 39e o sacerdote, examinando-a, verificar sobre a pele manchas esbranquiçadas, é uma erupção simples que se desenvolveu sobre a pele: essa pessoa está pura. 40Se a cabeça de um homem perde cabelos, e ele se tornou calvo, está puro. 41Se a cabeça perder cabelos da parte da frente, é meio calvo, mas continua puro. 42Mas, se na parte posterior ou anterior da cabeça calva, aparecer uma chaga branca-avermelhada, é lepra que se desenvolve na calvície posterior ou anterior. 43Se o sacerdote, examinando-o, observar que a inflamação da chaga, sobre a parte posterior ou anterior da cabeça, é branca-avermelhada, revestindo-se do aspecto da lepra sobre a pele do corpo, 44essa pessoa é leprosa, é impura; o sacerdote declará-la-á impura; o mal atingiu-a na cabeça. 45E o leproso atingido por tal afecção deve rasgar as roupas, desalinhar o cabelo, tapar-se até à boca e gritar: ‘Impuro!... Impuro!’ 46Enquanto conservar a chaga, será impuro, viverá isolado, e a sua residência será fora do acampamento.»
Lepra da roupa - 47«Se for encontrada uma mancha de lepra, num pano de lã ou de linho, 48fio ou trama de linho ou de lã, numa pele ou qualquer trabalho em pele; 49se a parte atacada ficar esverdeada ou avermelhada, no pano, na pele, no fio, na trama ou em qualquer objecto feito de pele, é uma chaga de lepra, e terá de ser mostrada ao sacerdote. 50O sacerdote examinará a chaga e mandará encerrar o objecto durante sete dias. 51No sétimo dia examinará a chaga: se ela alastrou sobre o pano, o fio, a trama, a pele ou qualquer objecto de pele, a chaga é uma lepra corrosiva, esse objecto é impuro. 52Queimar-se-á o pano, o fio ou a trama, seja de lã ou de linho, e qualquer objecto feito de pele, que tiver sido atingida pela chaga: porque é uma lepra corrosiva, o objecto deve ser destruído pelo fogo. 53Mas, se o sacerdote reconheceu que a chaga não aumentou no pano, no tecido, na trama, ou no objecto feito de pele, 54mandará lavar a parte manchada; depois, encerrará o objecto outra vez durante sete dias. 55O sacerdote examinará a chaga, depois de ter sido lavada; se não mudou de aspecto nem aumentou, ela é impura: queimará o objecto no fogo, pois há corrosão do direito ou do avesso do pano. 56Mas se o sacerdote verificar que a chaga, depois de lavada, perdeu a cor, rasgará a parte do pano, da pele, do fio ou da trama. 57Mas, se a chaga reaparecer no pano, no fio, na trama, ou no objecto feito de pele, é porque a lepra está activa. Queimará no fogo o objecto atingido pela chaga. 58Mas o pano, o fio, a trama, ou o objecto feito de pele, que tiver lavado e do qual a chaga tiver desaparecido, será lavado uma segunda vez e ficará puro. 59Esta é a lei relativa à infecção da lepra, no pano de lã ou de linho, no fio, na trama, ou em qualquer objecto de pele, que for preciso declarar puros ou impuros.»

14 Purificação dos leprosos - 1O Senhor disse a Moisés: 2«Esta é a lei para o rito da purificação de um leproso: será apresentado ao sacerdote; 3este sairá do acampamento para o examinar. Se a chaga da lepra estiver curada, 4o sacerdote ordenará que se tome, por aquele que deve ser purificado, duas aves vivas e puras, madeira de cedro, um pano de púrpura e um ramo de hissope. 5O sacerdote mandará imolar uma das aves sobre um vaso de barro, cheio de água pura. 6Depois, tomará a ave viva, a madeira de cedro, o pano de púrpura e o ramo de hissope, mergulhando-os com a ave viva, no sangue da ave imolada, que se misturou com a água pura. 7Aspergirá sete vezes aquele que deve ser purificado da lepra e declará-lo-á puro; depois deixará partir em liberdade a ave viva. 8Aquele que for purificado lavará as suas vestes, rapará todo o pêlo, banhar-se-á e ficará puro. Poderá, então, regressar ao acampamento, mas ficará sete dias fora da sua tenda. 9No sétimo dia, rapará o pêlo de todo o corpo: os cabelos, a barba, as sobrancelhas e tudo o resto; lavará as suas vestes, banhará o corpo em água, e ficará puro. 10No oitavo dia, tomará dois cordeiros sem defeito, uma ovelha de um ano sem defeito, três décimos de efá de farinha amassada com azeite, como oblação, e meio litro de azeite. 11O sacerdote que faz a purificação apresentará o homem que se purifica, e todas estas ofertas, diante do Senhor, à entrada da tenda da reunião. 12Tomará um dos cordeiros e oferecê-lo-á como sacrifício de reparação, assim como o meio litro de azeite, e os apresentará ao Senhor com o rito da apresentação. 13Tomará depois o cordeiro no lugar onde se imolam as vítimas pelo pecado e o holocausto, no lugar santo, porque a vítima do sacrifício de reparação, como a do sacrifício pelo pecado, pertencem ao sacerdote; é uma coisa santíssima. 14O sacerdote tomará sangue do sacrifício de reparação, pô-lo-á sobre o lóbulo da orelha direita daquele que se purifica, sobre o polegar da mão direita e sobre o dedo grande do pé direito. 15Depois, o sacerdote tomará uma parte do meio litro de azeite e derramá-lo-á na palma da sua mão esquerda. 16Depois, molhará o indicador da mão direita no azeite que está na mão esquerda e fará com o indicador sete aspersões diante do Senhor. 17Do azeite que lhe ficar na palma da mão, o sacerdote porá uma parte sobre o lóbulo da orelha direita daquele que se purifica, sobre o polegar da mão direita e sobre o dedo grande do pé direito, por cima do sangue da vítima de reparação. 18O sacerdote porá o resto do azeite, que ainda lhe ficar na palma da mão, sobre a cabeça daquele que se purifica, e fará por ele o rito da purificação diante do Senhor. 19Então, o sacerdote oferecerá o sacrifício pelo pecado e fará o rito de purificação por aquele que se purifica da impureza; depois, oferecerá o holocausto. 20O sacerdote oferecerá este holocausto sobre o altar, juntamente com a oblação; fará, assim, o rito de purificação por ele e o homem ficará puro.»
Purificação do leproso pobre (5, 5-13) - 21«Se o homem for pobre e os seus recursos insuficientes, tomará apenas um cordeiro, para o sacrifício de reparação e que será oferecido no rito da apresentação, para obter a purificação dos seus pecados; tomará também um décimo de efá de flor de farinha amassada com azeite para a oblação, e meio litro de azeite. 22Levará ainda, conforme as suas posses, duas rolas ou dois pombos, um para o sacrifício pelo pecado e outro para o holocausto. 23No oitavo dia da sua purificação, apresentá-lo-á ao sacerdote, à entrada da tenda da reunião, diante do Senhor. 24O sacerdote tomará o cordeiro para o sacrifício de reparação e o meio litro de azeite, e fará com eles o rito de apresentação diante do Senhor. 25Depois de imolar o cordeiro do sacrifício de reparação, o sacerdote tomará um pouco do sangue da vítima e pô-lo-á sobre o lóbulo da orelha direita daquele que se purifica, sobre o polegar da mão direita e sobre o dedo grande do pé direito. 26O sacerdote derramará, então, uma parte do azeite na palma da sua mão esquerda; 27com o indicador da mão direita, fará sete aspersões diante do Senhor, com o azeite que tem na mão esquerda; 28depois porá um pouco do azeite, que está na sua mão, sobre o lóbulo da orelha direita daquele que se purifica, sobre o polegar da mão direita e sobre o dedo grande do pé direito, isto é, nos mesmos lugares em que pôs o sangue da vítima de reparação. 29Porá o resto do azeite que ficar na palma da sua mão, sobre a cabeça daquele que se purifica, a fim de obter para ele a purificação diante do Senhor. 30Oferecerá, depois, uma das rolas ou um dos pombos, conforme os recursos: 31um como sacrifício pelo pecado, outro como holocausto, além da oblação. E assim fará o sacerdote a purificação, diante do Senhor, por aquele que se purifica. 32Estas são as leis para a purificação daquele que teve uma chaga de lepra e que não tem mais posses para se purificar.»

A lepra nas casas - 33O Senhor disse a Moisés e Aarão: 34«Quando entrardes na terra de Canaã, da qual vos darei posse, se Eu puser a lepra numa casa da terra que possuireis, 35o proprietário da casa irá ter com o sacerdote, dizendo-lhe: ‘Parece-me que na minha casa há uma mancha de lepra.’ 36O sacerdote, antes de entrar na casa para examinar a mancha, ordenará que a esvaziem, para que não fique contaminado tudo quanto nela se encontre; depois, o sacerdote entrará para inspeccionar a casa. 37Examinará a mancha e, se verificar que está nas paredes da casa e apresenta cavidades esverdeadas ou avermelhadas, mais fundas do que o nível da parede, 38o sacerdote sairá da casa e fechá-la-á por sete dias. 39Voltará ali, no sétimo dia e, se verificar que a mancha alastrou pelas paredes da casa, 40mandará arrancar as pedras atingidas e ordenará que as lancem fora da cidade, num lugar impuro. 41Depois, mandará raspar a casa por dentro, ao redor da mancha e lançar o pó que for raspado, fora da cidade, num lugar impuro. 42Colocar-se-ão outras pedras no lugar das primeiras, tomar-se-á outra argamassa e rebocar-se-á a casa. 43Se a mancha tornar a aparecer na casa, depois de se ter arrancado as pedras, raspado e rebocado a parede, 44o sacerdote voltará ali para a examinar. Se a mancha alastrar na casa, é uma lepra corrosiva, e a casa é impura. 45A casa deve ser demolida e as pedras, a madeira e toda a argamassa, serão levadas para fora da cidade, para um lugar impuro. 46Quem entrar na casa durante o tempo em que estiver fechada, ficará impuro até à tarde. 47Aquele que dormir na casa, lavará os seus vestidos, e aquele que nela comer também os lavará. 48Mas, se o sacerdote, ao voltar à casa, verificar que a mancha não alastrou, depois de a casa ter sido rebocada, declarará a casa pura, porque a mancha desapareceu. 49Para purificar a casa, tomará duas aves, madeira de cedro, um pano vermelho e um ramo de hissope. 50Imolará uma das aves sobre um vaso de barro, com água pura; 51tomará a madeira de cedro, o ramo de hissope, o pano vermelho e a ave viva, e molhá-los-á no sangue da ave degolada e na água pura, aspergindo a casa sete vezes. 52Purifica, assim, a casa com o sangue da ave, com a água pura, com a ave viva, com a madeira de cedro, com ramo de hissope e com o pano vermelho. 53Depois, deixará partir a ave viva em plena liberdade para fora da cidade; e fará assim a purificação pela casa, que ficará pura. 54Estas são as leis acerca de todas as manchas de lepra e de tinha, 55da lepra do vestuário e das casas, 56dos tumores, dos herpes e das manchas, 57a fim de distinguir quando uma coisa é impura e quando uma coisa é pura. Esta é a lei da lepra.»

15 Impurezas do homem - 1O Senhor falou a Moisés e a Aarão dizendo: 2«Falai aos filhos de Israel e dizei-lhes: ‘Quando o homem tiver um corrimento no seu corpo, é impuro. Este corrimento torna-o impuro. 3Eis a lei da impureza; se o seu corpo deixa correr o fluxo ou o retém, ele é impuro igualmente. 4Todo o leito em que se deitar e todo o móvel em que se sentar ficarão impuros. 5Quem tocar no seu leito deverá lavar as vestes, lavar-se-á em água e ficará impuro até à tarde; 6quem se sentar no lugar em que se sentou aquele que tem o fluxo, lavará as vestes, banhar-se-á em água e ficará impuro até à tarde. 7Aquele que tocar no corpo do que tem o fluxo, lavará as vestes, banhar-se-á em água e ficará impuro até à tarde. 8Se o que tem o fluxo cuspir sobre um homem puro, este lavará as vestes, banhar-se-á em água e ficará impuro até à tarde. 9Toda a sela, em que cavalgar aquele que tem o fluxo, ficará impura. 10Quem tocar em algum objecto que estiver debaixo dela, ficará impuro até à tarde; e quem os transportar lavará os seus vestidos, banhar-se-á em água e ficará impuro até à tarde. 11Todo aquele em quem tocar o que tem o fluxo, e não tiver ainda lavado as mãos em água, lavará as vestes, banhar-se-á em água e ficará impuro até à tarde. 12Qualquer vaso de barro tocado pelo que tem o fluxo será quebrado; porém, todo o recipiente de madeira será lavado em água. 13Quando o que tem o fluxo estiver limpo do corrimento, contará sete dias, após o seu restabelecimento; depois, lavará as vestes, banhar-se-á em água corrente e ficará puro. 14No oitavo dia, tomará duas rolas ou dois pombos, apresentar-se-á diante do Senhor, à entrada da tenda da reunião, e entregá-los-á ao sacerdote. 15O sacerdote oferecerá um em sacrifício pelo pecado e outro em holocausto, e fará o rito da purificação do seu corrimento, diante do Senhor. 16O homem que tiver um derramamento de esperma lavará todo o seu corpo em água, e ficará impuro até à tarde. 17Todo o vestuário e toda a pele que forem atingidos pelo derramamento serão lavados em água, e ficarão impuros até à tarde. 18Se uma mulher coabitar com esse homem, banhar-se-ão os dois em água e ficarão impuros até à tarde.’»

Impurezas da mulher (12,1-8; Lc 2, 21-24) - 19«Quando uma mulher tiver o fluxo de sangue que corre do seu corpo, permanecerá durante sete dias na sua impureza. Quem a tocar ficará impuro até à tarde. 20Todo o objecto sobre o qual ela se deitar, durante a sua impureza, ficará impuro; tudo aquilo em que se sentar, ficará impuro. 21Quem tocar no seu leito, deverá lavar as vestes, banhar-se-á em água e ficará impuro até à tarde. 22Quem tocar em qualquer objecto em que ela tenha estado sentada lavará as vestes, banhar-se-á em água e ficará impuro até à tarde. 23Quem tocar nalguma coisa que estiver sobre a cama ou sobre o móvel em que ela se sentou, ficará impuro até à tarde. 24Se um homem coabitar com ela e a sua impureza o atingir, ficará impuro durante sete dias, e todo o leito em que se deitar ficará impuro. 25Quando uma mulher tiver um fluxo de sangue durante vários dias, fora do tempo normal de impureza, isto é, se o fluxo se prolongar para além do tempo da sua impureza, ficará impura durante todo o tempo desse fluxo, como no tempo da sua impureza. 26Durante todo o tempo desse fluxo, todo o leito em que se deitar será para ela como o leito em que se deitava durante a sua impureza; qualquer móvel sobre o qual se sentar ficará impuro, como no tempo da sua impureza; 27quem os tocar ficará impuro; deverá lavar as suas vestes, banhar-se-á em água e ficará impuro até à tarde. 28Quando terminar o fluxo de sangue, contará sete dias e, depois, ficará pura. 29No oitavo dia, tomará duas rolas ou dois pombos, e levá-los-á ao sacerdote, à entrada da tenda da reunião. 30O sacerdote oferecerá um em sacrifício pelo pecado e outro em holocausto; e purificá-la-á da impureza do fluxo diante do Senhor. 31É assim que mantereis os israelitas afastados das suas impurezas, para que não morram por terem contaminado o meu tabernáculo, que está no meio deles.» 32Esta é a lei relativa ao que tiver um fluxo e ao que tiver um derramamento de esperma, que os tornam impuros; 33em relação à mulher durante o fluxo da impureza, ou seja, toda a pessoa, homem ou mulher, cujo fluxo se prolonga, e ao homem que coabita com uma mulher impura.

4. Dia da Grande Expiação(16,1-34)
16 O grande dia da expiação (4,1-35; 8,1-36; 23,26-32; Ex 29,1-37; Nm 29,7-11; Ez 45,18-20; Heb 9,6-14) - 1O Senhor falou a Moisés, depois da morte dos dois filhos de Aarão, que morreram, por se terem aproximado do Senhor. 2Disse o Senhor a Moisés: «Avisa o teu irmão Aarão de que não pode entrar em qualquer altura no santuário, para além do véu, diante do propiciatório que está sobre a Arca, a fim de não morrer, quando Eu aparecer numa nuvem sobre o propiciatório. 3Eis como Aarão deve entrar no santuário: com um novilho para o sacrifício pelo pecado e um carneiro para o holocausto. 4Revestir-se-á de uma túnica de linho consagrada e cobrirá o corpo com calções de linho; cingir-se-á com um cinto de linho e cobrirá a cabeça com uma tiara de linho. É um vestuário sagrado, que só usará depois de se banhar em água. 5Por parte da assembleia dos filhos de Israel receberá dois bodes para o sacrifício pelo pecado e um carneiro para o holocausto. 6Aarão oferecerá o novilho em sacrifício pelo seu próprio pecado e fará o rito da purificação por si mesmo e pela sua casa. 7Tomará seguidamente os dois bodes e colocá-los-á diante do Senhor, à entrada da tenda da reunião. 8Aarão tirará à sorte os dois bodes: um para o Senhor e outro para Azazel. 9Aarão deverá oferecer ao Senhor o bode que a sorte designou para tal, apresentando-o em sacrifício pelo pecado; 10e o bode, que a sorte designou para Azazel, deverá ser apresentado vivo diante do Senhor, a fim de fazer sobre ele o rito da purificação e ser enviado a Azazel, no deserto. 11Aarão apresentará o novilho do sacrifício pelo seu próprio pecado, fará o rito da expiação por si e pela sua família e, depois, imolará o novilho em sacrifício pelo seu próprio pecado. 12Tomará depois o incensário cheio de brasas retiradas do altar que está diante do Senhor e dois punhados de incenso, em pó, levando tudo para além do véu. 13Deitará o incenso no fogo, diante do Senhor, para que a nuvem do perfume envolva o propiciatório, que está sobre o documento da aliança. Deste modo, não morrerá. 14Tomará, então, um pouco de sangue do novilho, aspergirá com o dedo o lado oriental do propiciatório; e fará com o dedo sete aspersões de sangue diante do propiciatório. 15Imolará, depois, o bode do sacrifício pelo pecado do povo, e levará o sangue para o santuário, para além do véu, fazendo com esse sangue o mesmo que fez com o sangue do novilho: aspergi-lo-á sobre o propiciatório e diante dele. 16Fará, assim, sobre o santuário o rito da purificação das impurezas dos filhos de Israel, das suas impiedades, de todos os seus pecados; procederá da mesma forma para a tenda da reunião, que está entre eles, no meio das suas impurezas. 17E que ninguém esteja na tenda da reunião, quando o Sumo Sacerdote entrar para fazer o rito da purificação no santuário, até que ele saia, depois de ter feito o rito da purificação por si mesmo, pela sua casa e por toda a assembleia de Israel. 18Depois, sairá em direcção ao altar, que está diante do Senhor, para fazer sobre ele o rito da purificação. Tomará sangue do novilho e do bode, espalhá-lo-á sobre as hastes do altar, a toda a volta. 19E fará com o dedo sete aspersões de sangue sobre o altar, purificando-o e santificando-o, assim, das impurezas dos filhos de Israel, a fim de o consagrar. 20Terminada a purificação do santuário, da tenda da reunião e do altar, apresentará o bode vivo. 21Aarão imporá as duas mãos sobre a cabeça do bode vivo e declarará sobre ele todas as iniquidades dos filhos de Israel, todas as suas impiedades e todos os seus pecados, fazendo-os assim cair sobre a cabeça do bode; depois, o enviará para o deserto, mediante um homem designado para isso. 22O bode levará sobre si todas as iniquidades deles, para uma região solitária e será abandonado nesse deserto. 23Aarão voltará a entrar na tenda da reunião, tirará as vestes de linho, de que se revestiu para entrar no santuário, e deixá-las-á ali. 24Banhará o corpo em água, num lugar santo, e tornará a revestir-se com as suas roupas; sairá, então, oferecerá o seu holocausto, o do povo, e fará o rito de purificação por si e pelo povo. 25E queimará sobre o altar a gordura das vítimas do sacrifício pelo pecado. 26Aquele que tiver levado o bode a Azazel, lavará as vestes, banhará o corpo em água, e só então entrará de novo no acampamento. 27O novilho e o bode de um sacrifício pelo pecado, cujo sangue tiver sido introduzido no santuário, para a purificação, serão levados para fora do acampamento, queimando-se-lhes a pele, a carne e os excrementos. 28Aquele que os tiver queimado, lavará as vestes, banhará o corpo em água e só então voltará a entrar no acampamento. 29Isto será para vós uma lei perpétua: no décimo dia do sétimo mês, jejuareis e não fareis trabalho algum, tanto os que são naturais da terra, como os estrangeiros que residirem no meio de vós. 30Porque, nesse dia, far-se-á por vós o rito da purificação, para serdes purificados; ficareis purificados de todos os vossos pecados diante do Senhor. 31Este será para vós um sábado, um sábado solene, durante o qual jejuareis: é uma lei perpétua. 32O rito de purificação será feito pelo sacerdote, pelo que tiver sido ungido e investido para exercer o sacerdócio em lugar de seu pai; revestirá as vestes de linho, o vestuário sagrado. 33E fará o rito da purificação pelo santuário consagrado, pela tenda da reunião e pelo altar, pelos sacerdotes e por todo o povo da assembleia. 34Que isto seja para vós uma lei perpétua, a fim de purificar, uma vez por ano, todos os pecados dos filhos de Israel.» E cumpriu-se tudo quanto o Senhor tinha ordenado a Moisés.

II. CÓDIGO DE SANTIDADE (17,1-26,46)

17 Lugares destinados aos sacrifícios - 1O Senhor disse a Moisés: 2«Fala a Aarão, aos seus filhos e a todos os filhos de Israel, e diz-lhes: ‘Isto é o que o Senhor me ordenou que dissesse: 3Qualquer homem da casa de Israel que matar um boi, um cordeiro ou uma cabra, no acampamento ou fora do acampamento, 4sem o ter levado à entrada da tenda da reunião, para o oferecer como dom ao Senhor, diante do seu tabernáculo, será acusado do sangue derramado; porque derramou sangue, será eliminado do meio do seu povo. 5Portanto, os filhos de Israel, que estão habituados a imolar as vítimas no campo, devem levá-las ao sacerdote, diante do Senhor, à entrada da tenda da reunião, e ofereçam-nas como sacrifício de comunhão em honra do Senhor. 6O sacerdote aspergirá o sangue sobre o altar do Senhor, à entrada da tenda da reunião, e queimará a gordura como odor agradável ao Senhor, 7e nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos sátiros, aos quais prestam culto. Que isso seja para eles uma lei perpétua, de geração em geração’. 8Dir-lhes-ás ainda: ‘Qualquer homem, da casa de Israel, ou qualquer estrangeiro residente no meio deles que oferecer um holocausto ou outro sacrifício, 9e não apresentar a vítima à entrada da tenda da reunião, para a oferecer ao Senhor, tal homem será eliminado do seu povo.’»

Interdição de comer sangue - 10«Se qualquer homem da casa de Israel, ou qualquer estrangeiro residente no meio deles, comer qualquer espécie de sangue, voltar-me-ei contra esse que come sangue e eliminá-lo-ei do seu povo. 11Porque o sangue é a vida do corpo, Eu vo-lo concedo, a fim de vos servir de purificação sobre o altar, pois o sangue é que faz expiação porque é vida. 12Por isso, disse aos filhos de Israel: Nenhum de vós comerá sangue, e o estrangeiro residente no meio de vós também não comerá sangue. 13Qualquer dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros residentes no meio de vós, que caçar um animal selvagem ou uma ave própria para comer, derramará o seu sangue e cobri-lo-á com terra. 14Porque a vida do corpo está no seu sangue, no seu espírito vital, por isso, Eu disse aos filhos de Israel: Não comereis o sangue de nenhuma criatura, porque a sua vida é o seu sangue; quem o comer, será eliminado. 15Todo aquele, nascido no país ou no estrangeiro, que comer um animal morto ou despedaçado, lavará as suas vestes, banhar-se-á em água e ficará impuro até à tarde; depois ficará puro. 16Mas, se não lavar as vestes e banhar o corpo, suportará o peso da sua culpa.»

18 Interdições matrimoniais e sexuais (20,8-21) - 1O Senhor falou a Moisés nestes termos: 2«Fala aos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Eu sou o Senhor, vosso Deus. 3Não imitareis os costumes do Egipto, onde vivestes, não procedereis como se faz na terra de Canaã, para onde vos conduzo, não ponhais em prática os seus costumes. 4Praticareis os meus preceitos, observareis os meus decretos e obedecer-lhes-eis: Eu sou o Senhor, vosso Deus. 5Observareis os meus decretos e os meus preceitos, porque o homem que os observar viverá por eles. Eu sou o Senhor. 6Nenhum de vós se aproximará de uma parente próxima, para lhe descobrir a nudez. Eu sou o Senhor. 7Não descobrirás a nudez do teu pai, nem da tua mãe. Ela é a tua mãe; não lhe descobrirás a nudez. 8Não descobrirás a nudez de uma mulher do teu pai; é a própria nudez do teu pai. 9Não descobrirás a nudez da tua irmã, seja ela filha do teu pai ou filha da tua mãe, que tenha nascido em casa ou fora de casa. 10Não descobrirás a nudez da filha do teu filho ou da filha da tua filha. É a tua própria nudez. 11Não descobrirás a nudez da filha de uma mulher do teu pai, porque nasceu do teu pai. É tua irmã. 12Não descobrirás a nudez da irmã do teu pai; é a mesma carne do teu pai. 13Não descobrirás a nudez da irmã da tua mãe, porque ela é da mesma carne da tua mãe. 14Não descobrirás a nudez do irmão do teu pai, ao aproximar-te da sua mulher, porque ela é tua tia. 15Não descobrirás a nudez da tua nora; porque é mulher do teu filho, não descobrirás a sua nudez. 16Não descobrirás a nudez da mulher do teu irmão: é a nudez do teu próprio irmão. 17Não descobrirás a nudez de uma mulher e de sua filha; também não tomarás a filha do seu filho, nem a filha da sua filha, para lhe descobrir a nudez; são da mesma carne que ela, e isso é um crime. 18Não tomarás por esposa uma mulher juntamente com a sua irmã. Isso é criar uma rivalidade, descobrindo a nudez de uma juntamente com a da outra, enquanto for viva. 19Não te aproximarás de uma mulher durante o período da sua impureza, para descobrir a sua nudez. 20Não coabitarás com a mulher do teu concidadão; ficarias impuro. 21Não entregarás nenhum dos teus filhos para serem sacrificados a Moloc, a fim de não profanares o nome do teu Deus. Eu sou o Senhor. 22Não coabitarás sexualmente com um varão; é uma abominação. 23Não te ajuntarás com animal, porque ficarias impuro com ele, e nenhuma mulher se ajuntará a animal algum, porque é uma depravação. 24Não vos torneis impuros com nenhuma dessas práticas, porque foi assim que se tornaram impuras as nações, que vou expulsar diante de vós. 25O país está contaminado e Eu castigarei as suas iniquidades. Por isso, o país vomitará os seus habitantes. 26Quanto a vós, cumprireis os meus decretos e os meus preceitos, e não cometereis nenhuma dessas abominações, quer o natural da terra, quer o estrangeiro residente no meio de vós. 27Porque os homens que vos precederam nesta terra cometeram todas essas abominações, é que o país ficou impuro. 28Que esta terra não vos tenha que vomitar por a terdes tornado impura, como vomitou o povo que a habitava antes de vós. 29Porque todos os que cometeram alguma dessas abominações serão eliminados do meio do seu povo. 30Guardai, pois, os meus mandamentos, não imitando nenhum dos costumes abomináveis que se praticavam antes de vós. Não vos contamineis com eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.’»

19 Leis religiosas, cerimoniais e morais - 1O Senhor disse a Moisés: 2«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo. 3Que cada um de vós respeite a sua mãe, o seu pai, e guarde os meus sábados. Eu sou o Senhor, vosso Deus. 4Não vos volteis para os ídolos e não façais para vós deuses de metal. Eu sou o Senhor, vosso Deus. 5Quando oferecerdes ao Senhor um sacrifício de comunhão, oferecê-lo-eis de maneira que sejais aceites. 6A vítima deve ser comida no próprio dia do sacrifício ou no dia seguinte; o que sobejar, até ao terceiro dia, será queimado no fogo. 7Mas se alguém o comer no terceiro dia, será carne corrompida e não será aceite. 8Quem o comer suportará o peso da sua iniquidade, porque profanou o que foi consagrado ao Senhor, e será eliminado do seu povo. 9Quando procederdes à ceifa das vossas terras, não ceifareis as espigas até à extremidade do campo, e não apanhareis as espigas caídas. 10Não rebuscarás também a tua vinha, e não apanharás os bagos caídos. Deixá-los-ás para o pobre e para o estrangeiro. Eu sou o Senhor, vosso Deus. 11Não furtareis, não mentireis, nem enganareis em detrimento de um compatriota. 12Não jurareis falso, em meu nome; desse modo profanareis o nome do vosso Deus. Eu sou o Senhor. 13Não roubarás nem furtarás nada ao teu próximo; o salário do jornaleiro não passará a noite em teu poder até à manhã seguinte. 14Não insultarás um surdo, não colocarás tropeços diante de um cego. Teme o teu Deus. Eu sou o Senhor. 15Não cometerás injustiças nos julgamentos. Não prejudicarás o pobre, nem serás complacente para com o poderoso. Julgarás o teu compatriota com imparcialidade. 16Não semearás o mal no meio do teu povo. Não peças o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor. 17Não odiarás o teu próximo no teu coração; mas repreende o teu compatriota para não caíres em pecado por causa dele. 18Não te vingarás nem guardarás rancor aos filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor. 19Guardarás os meus decretos. Não juntarás animais de espécies diferentes; não semearás no teu campo duas espécies de sementes; e não vestirás roupa com tecidos diferentes. 20Se um homem dormir com uma mulher, que é escrava, destinada a outro homem, mas não resgatada nem libertada, haverá uma indemnização, mas não serão condenados à morte, porque ela não era livre. 21Como sacrifício de reparação, o homem levará ao Senhor, à entrada da tenda da reunião, um carneiro. 22Com esse sacrifício, o sacerdote fará por esse homem o rito de purificação, diante do Senhor; e o pecado que ele cometeu ser-lhe-á perdoado. 23Quando entrardes na terra prometida e plantardes qualquer árvore frutífera, considerareis os frutos como impuros; durante três anos serão para vós impuros. Portanto, não os comereis. 24No quarto ano, todos os seus frutos serão consagrados ao Senhor numa festa de louvor; 25no quinto ano, podereis comer os seus frutos. Assim, aumentarão as vossas colheitas. Eu sou o Senhor, vosso Deus. 26Não comereis nada que contenha sangue. Não praticareis a adivinhação nem a magia. 27Não arredondareis as extremidades do cabelo e não rapareis os cantos da barba. 28‘Não fareis incisões no vosso corpo por um morto, nem tatuagens na pele. Eu sou o Senhor. 29Não desonres a tua filha, prostituindo-a, para que a terra não se entregue à prostituição e não seja invadida pela devassidão. 30Guardareis os meus sábados e respeitareis o meu santuário. Eu sou o Senhor 31Não vos volteis para os espíritos dos mortos nem consulteis os adivinhos. Não vos contamineis com isso. Eu sou o Senhor, vosso Deus. 32Levanta-te perante uma cabeça branca e honra a pessoa do ancião. Teme o teu Deus. Eu sou o Senhor. 33Se um estrangeiro vier residir contigo na tua terra, não o oprimirás. 34O estrangeiro que reside convosco será tratado como um dos vossos compatriotas e amá-lo-ás como a ti mesmo, porque fostes estrangeiros na terra do Egipto. Eu sou o Senhor, vosso Deus. 35Não cometereis injustiças nos julgamentos, nas medidas de comprimento, de peso e de capacidade. 36Tereis balanças exactas, pesos exactos, um efá exacto e um hin exacto. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egipto. 37Guardareis todos os meus decretos e todos os meus preceitos, e cumpri-los-eis. Eu sou o Senhor.’»

20 Penalidades diversas - 1O Senhor falou a Moisés nestes termos: «Dirás aos filhos de Israel: 2‘Todo o israelita ou estrangeiro, residente em Israel, que sacrificar o seu filho a Moloc, será punido com a morte. Será apedrejado pelo povo da sua terra. 3Voltarei o meu rosto contra esse homem e suprimi-lo-ei do meio do meu povo, porque deu um filho a Moloc, contaminando o meu santuário e profanando o meu santo nome. 4E se o povo da terra dele fechar os olhos a respeito desse homem que tiver oferecido um dos seus filhos a Moloc, e não lhe der a morte, 5Eu voltarei o meu rosto contra esse homem e contra a sua família, suprimi-lo-ei do meio do povo com todos os que, juntamente com ele, tiverem prestado culto a Moloc. 6Se alguém se voltar para os espíritos dos mortos e adivinhos, entregando-se a essas práticas, voltarei o meu rosto contra esse homem e suprimi-lo-ei do meio do seu povo. 7Santificai-vos e sede santos, porque Eu sou o Senhor, vosso Deus. 8Guardai os meus decretos e cumpri-os. Eu sou o Senhor que vos santifica. 9Todo aquele que amaldiçoar o seu pai ou a sua mãe será punido com a morte. Amaldiçoou o seu pai ou a sua mãe, o seu sangue cairá sobre ele. 10Se um homem cometer adultério com a mulher do seu próximo, o homem adúltero e a mulher adúltera serão punidos com a morte. 11Se um homem se deitar com a mulher do seu pai, descobriu assim a nudez do seu pai; serão ambos punidos com a morte; o seu sangue cairá sobre eles. 12Se um homem se deitar com a sua nora, serão ambos punidos com a morte; cometeram uma depravação; o seu sangue cairá sobre eles. 13Se um homem coabitar sexualmente com um varão, cometeram ambos um acto abominável; serão os dois punidos com a morte; o seu sangue cairá sobre eles. 14Aquele que desposar uma mulher e a mãe dela, comete uma devassidão; serão queimados, ele e elas, para que não haja desonestidades entre vós. 15Se um homem se ajuntar com um animal, ele será punido com a morte, e matareis o animal. 16Se uma mulher se aproximar de um animal para se juntar com ele, matá-la-ás, assim como ao animal; serão condenados à morte; o seu sangue cairá sobre eles. 17Se um homem desposar a sua irmã, filha do seu pai ou filha da sua mãe, e se vir a sua nudez, ou ela vir a nudez dele, isso é vergonhoso e serão exterminados na presença dos seus concidadãos; como ele descobriu a nudez da sua irmã, suportará o peso da sua culpa. 18Se um homem coabitar com uma mulher durante o período menstrual, ao descobrir a sua nudez, descobre o seu fluxo e ela mesma descobre a fonte do seu sangue. Serão ambos eliminados do meio do povo. 19Não descobrirás a nudez da irmã da tua mãe, nem da do teu pai, porque é descobrir a nudez da carne dele; suportarão o peso da sua iniquidade. 20Aquele que coabitar com a sua tia, descobriu a nudez do tio; suportarão o seu pecado e morrerão sem filhos. 21Se um homem tomar a mulher do irmão, isso é uma impureza; porque descobriu a nudez do seu irmão, morrerão sem filhos. 22Guardareis os meus decretos e todos os meus preceitos e cumpri-los-eis, a fim de que a terra para onde vos levo para nela habitardes vos não rejeite. 23Não seguireis os costumes dos povos que vou expulsar diante de vós; porque fizeram todas estas coisas. Eu abominei-os. 24Eu disse-vos: Possuireis esta terra, dar-vos-ei a sua posse; é uma terra onde corre o leite e o mel.Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos separei de entre os povos. 25Distinguireis os animais puros dos impuros e as aves impuras das puras; não vos contaminareis com os animais, as aves e os diversos répteis da terra, que vos ensinei a distinguir, declarando-os impuros. 26Sede santos para mim, porque Eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos para serdes o meu povo. 27O homem ou a mulher que se entregar à evocação dos espíritos ou adivinhações, será condenado à morte; serão apedrejados. O seu sangue cairá sobre eles.’»

21 Leis relativas aos sacerdotes (Ez 44,20-27) - 1O Senhor disse a Moisés: «Fala aos sacerdotes, filhos de Aarão, e diz-lhes: ‘Nenhum sacerdote se torne impuro, aproximando-se do cadáver de um parente, 2a não ser dos parentes mais próximos: mãe ou pai, filho ou filha e irmão; 3quanto à sua irmã, se ela ainda é virgem, vivendo com ele e não tendo casado: por causa dela, pode tornar-se impuro. 4Não se contaminará o que é chefe entre os seus, porque não deve aviltar-se. 5Os sacerdotes não farão a tonsura na cabeça, não raparão os cantos da barba e não farão incisões no corpo. 6Serão consagrados ao seu Deus, cujo nome não profanarão, pois são eles que apresentam as ofertas queimadas e o pão do Senhor. Por isso, serão santos. 7Não tomarão por esposa uma mulher prostituta ou desonrada, nem uma mulher repudiada pelo marido, porque o sacerdote é consagrado ao seu Deus. 8Considera-o santo, pois ele é que oferece o pão do teu Deus. Será santo para ti, porque Eu, o Senhor que vos santifica, sou santo. 9Se a filha de um sacerdote se desonrar pela prostituição, desonra seu pai. Será queimada no fogo.’»
Sumo Sacerdote (8,7-12) - 10«Aquele que é Sumo Sacerdote dentre os seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o óleo da unção, e que recebeu a investidura, para revestir as vestes sagradas, não desgrenhará os cabelos da sua cabeça e não rasgará as vestes. 11Não se aproximará de nenhum morto para não se contaminar, mesmo que se trate de seu pai ou de sua mãe; 12não sairá do santuário, a fim de não profanar o santuário do seu Deus, porque o óleo da unção do seu Deus está sobre ele. Eu sou o Senhor. 13Tomará para esposa uma virgem. 14Não casará com uma viúva, com uma mulher repudiada ou desonrada pela prostituição. Só poderá tomar por mulher uma virgem do seu povo. 15Assim, não desonrará a sua descendência no meio do seu povo. Eu sou o Senhor que o consagrei.» 16O Senhor disse a Moisés: 17«Fala a Aarão, dizendo: ‘Nas gerações futuras, nenhum dos teus descendentes, se sofrer de alguma deficiência, poderá oferecer o pão do seu Deus. 18Todo aquele que tiver alguma deformidade não poderá apresentar as ofertas: um cego ou coxo, um desfigurado ou deformado; 19um aleijado dos pés ou das mãos; 20um corcunda ou um anão, aquele que tiver uma névoa no olho ou a sarna, uma impigem ou testículos lesionados. 21Homem algum dos descendentes do sacerdote Aarão que tiver alguma deficiência se apresentará para oferecer ofertas queimadas em honra do Senhor. Atingido por alguma deficiência, não pode apresentar-se para oferecer o pão do seu Deus. 22Poderá comer o pão do seu Deus proveniente tanto das ofertas usuais como das mais sagradas; 23mas não deve ultrapassar o véu nem aproximar-se do altar, para não profanar, com a sua deficiência, o meu santuário, porque Eu sou o Senhor que os santifica.’» 24E Moisés repetiu isto a Aarão, aos seus filhos e a todos os filhos de Israel.

22 Leis acerca das oferendas santas - 1O Senhor disse a Moisés: 2«Diz a Aarão e aos seus filhos que venerem as coisas sagradas que os filhos de Israel me consagraram, a fim de não profanarem o meu santo nome. Eu sou o Senhor. 3Diz-lhes que, de futuro, todo o homem da vossa descendência que se aproximar das oferendas santas, consagradas ao Senhor pelos filhos de Israel, encontrando-se impuro esse homem, será eliminado da minha presença. Eu sou o Senhor. 4Nenhum homem da descendência de Aarão atingido pela lepra ou sofrendo de fluxo comerá oferendas santas até estar limpo. O mesmo acontecerá àquele que tocar em alguém contaminado por um cadáver, àquele que tiver um derramamento de esperma, 5àquele que tocar num animal qualquer que o torne impuro, àquele que tocar num homem que lhe transmita uma impureza, seja ela qual for. 6Quem tocar nestas coisas ficará impuro até à tarde, e não comerá das oferendas santas, sem ter lavado o corpo em água. 7Depois do pôr do sol, ficará puro; poderá, então, comer das oferendas santas, porque são o seu alimento. 8Não comerá um animal morto ou dilacerado, para não ficar impuro. Eu sou o Senhor. 9Observarão as minhas leis, para que não incorram em pecado e morram, por causa disso. Eu sou o Senhor que os santifica. 10Nenhum estranho à família do sacerdote comerá de uma oferta sagrada; nem o hóspede de um sacerdote nem o assalariado poderá comer uma oferenda sagrada. 11Mas uma pessoa adquirida a dinheiro pelo sacerdote podê-la-á comer; e também os nascidos em casa do sacerdote comerão do seu alimento. 12Se a filha de um sacerdote for casada com um estranho à família, não comerá das oferendas sagradas. 13Mas, se a filha do sacerdote enviuvar ou for repudiada e não tiver filhos, e voltar para casa do pai, como no tempo da juventude, nesse caso, poderá comer do alimento do seu pai; nenhum estranho, porém, o poderá comer. 14Se alguém, inadvertidamente, comer uma oferenda sagrada, restituirá ao sacerdote o seu valor, acrescido de um quinto. 15Os sacerdotes não deixarão profanar as oferendas santas que os filhos de Israel oferecem ao Senhor, 16para que não sofram o castigo da sua culpa, por terem comido as oferendas sagradas; porque Eu sou o Senhor que as santifica.»

Requisitos das vítimas (3,1-17) - 17O Senhor disse a Moisés: 18«Fala a Aarão, aos seus filhos e a todos os filhos de Israel, e diz-lhes: ‘Qualquer israelita ou qualquer estrangeiro que habite em Israel, que quiser apresentar a sua oferenda, em cumprimento de um voto ou como dom voluntário, se a oferecer ao Senhor em holocausto, 19deverá, para ser aceite, apresentar um macho sem defeito, escolhido entre os bois, as ovelhas, ou as cabras. 20Não oferecereis nenhum animal que tenha um defeito, porque não será aceite em vosso favor. 21Quando alguém quiser oferecer ao Senhor um sacrifício de comunhão, quer em cumprimento de um voto, quer como dom voluntário, a vítima, tomada do gado graúdo ou miúdo, para ser aceite, deve ser perfeita, e não ter qualquer defeito. 22Não oferecereis ao Senhor um animal cego, aleijado, mutilado, que tenha verrugas, sarna ou gangrena e não o queimareis sobre o altar, como oferta queimada, em honra do Senhor. 23Poderás apresentar, como dom voluntário, um boi ou um cordeiro com um membro comprido ou curto demais; mas essa vítima não será aceite para o cumprimento do voto. 24Não oferecereis ao Senhor um animal com os testículos pisados, lesionados, arrancados ou cortados. Não façais isso na vossa terra. 25Nem mesmo de um estrangeiro aceitareis nenhum desses animais para oferecer como alimento do vosso Deus; pois não seriam aceites em vosso favor, por estarem mutilados e por serem defeituosos.’» 26O Senhor falou a Moisés nestes termos: 27«Quando nascer um novilho, um cordeiro ou um cabrito deverá ficar sete dias com a mãe; somente a partir do oitavo dia estará em condições de ser oferecido validamente ao Senhor, como oferta queimada. 28Não matareis um animal juntamente com o seu filho, no mesmo dia, quer seja boi ou carneiro. 29Quando oferecerdes ao Senhor um sacrifício de acção de graças, oferecei-o de maneira a ser aceite em vosso favor: 30a vítima deverá ser comida no mesmo dia, e não deixareis nada para o dia seguinte.Eu sou o Senhor. 31Guardai os meus mandamentos e ponde-os em prática. Eu sou o Senhor. 32Não profaneis o meu santo nome, para que Eu seja santificado entre os filhos de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifica, 33que vos fez sair da terra do Egipto, para ser vosso Deus. Eu sou o Senhor.»

Solenidades religiosas (23)

23 Sábado (Ex 20,8-11; 31,12-17; Nm 15,32-36; Dt 5,12-15) - 1O Senhor falou assim a Moisés, dizendo: 2«Fala aos filhos de Israel e diz-lhes: ‘As festas do Senhor são aquelas nas quais convocareis assembleias sagradas. Eis aqui as minhas festas: 3trabalhar-se-á durante seis dias, mas o sétimo é dia de repouso absoluto, com reunião sagrada; não fareis trabalho algum. Será o sábado em honra do Senhor, em qualquer lugar onde habitardes. 4Eis aqui as festas do Senhor, as assembleias sagradas que proclamareis na devida data.
Páscoa (Ex 12,1-28; Nm 28,16-25; Dt 16,1-8) - 5No décimo quarto dia do primeiro mês, ao crepúsculo, é a Páscoa do Senhor. 6E no décimo quinto dia desse mês, terá lugar a festa do Pão Ázimo em honra do Senhor; durante sete dias comereis pão sem fermento. 7No primeiro dia, fareis uma assembleia sagrada. Não fareis nenhum trabalho servil. 8Oferecereis ao Senhor uma oferta queimada em cada um dos sete dias. No sétimo dia, haverá uma assembleia sagrada. Não fareis nenhum trabalho servil.’»

Primícias (Dt 26,1-11) - 9O Senhor falou assim a Moisés: 10«Fala aos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Quando chegardes à terra que vos concedo, e procederdes à ceifa, levareis ao sacerdote o primeiro molho da vossa colheita, 11e ele fará o ritual de apresentação diante do Senhor, para que vos seja aceite; o sacerdote fará essa apresentação no dia seguinte ao sábado. 12No dia em que o molho for apresentado, oferecereis um cordeiro de um ano, sem defeito, em holocausto ao Senhor, 13com uma oblação de dois décimos de efá de flor de farinha amassada em azeite. É uma oferta queimada em honra do Senhor como odor agradável; e com uma libação de um quarto de hin de vinho. 14Não comereis pão, nem grão torrado, nem espigas frescas, até esse mesmo dia em que tiverdes trazido a oferta do vosso Deus; é uma lei perpétua para os vossos descendentes, em qualquer lugar em que habitardes.’»

Pentecostes (Ex 34,22; Nm 28,26-31; Dt 16,9-12) - 15«Depois, contareis sete semanas completas, a partir do dia seguinte ao do sábado, isto é, do dia em que tiverdes feito o rito da apresentação do molho de espigas. 16Contareis até ao dia seguinte da sétima semana, isto é, cinquenta dias, e oferecereis ao Senhor uma nova oblação. 17Trareis de onde quer que habiteis dois pães, feitos dos décimos de efá de flor de farinha, cozidos com fermento, para o rito da apresentação; serão as primícias para o Senhor. 18Juntamente com os pães, oferecereis sete cordeiros de um ano, sem defeito, um novilho e dois carneiros; serão um holocausto ao Senhor, com as suas oblações e as suas libações, como oferta queimada de odor agradável ao Senhor. 19Oferecereis também um bode em reparação pelo pecado, e dois cordeiros de um ano como sacrifício de comunhão. 20O sacerdote apresentá-los-á, junto com o pão das primícias, diante do Senhor, no rito de apresentação, assim como dois cordeiros; serão consagrados ao Senhor, em benefício do sacerdote. 21Proclamareis nesse mesmo dia uma assembleia sagrada e não fareis nenhum trabalho servil; é uma lei perpétua para todos os vossos descendentes onde quer que habitem. 22Quando procederdes à ceifa na vossa terra, não ceifareis completamente a extremidade do vosso campo e não apanhareis as espigas caídas. Deixai-as para o pobre e para o estrangeiro. Eu sou o Senhor, vosso Deus.»

Ano Novo (Nm 29,1-6) - 23O Senhor falou a Moisés nestes termos: 24«Diz aos filhos de Israel: No primeiro dia do sétimo mês, fareis um descanso solene, celebrado ao som da trombeta, um dia de recordação e de aclamação com uma assembleia sagrada. 25Não fareis nenhum trabalho servil, e oferecereis uma oferta queimada ao Senhor.»

Dia do Perdão (16,1-34; Nm 29,7-11) - 26O Senhor falou a Moisés nestes termos: 27«No décimo dia deste sétimo mês, que é o dia do perdão, fareis uma assembleia sagrada; fareis penitência, e apresentareis uma oferta queimada em honra do Senhor. 28Não fareis nenhum trabalho nesse mesmo dia, porque é um dia de perdão, para se fazer sobre vós o rito da purificação diante do Senhor, vosso Deus. 29E todo aquele que não fizer penitência nesse mesmo dia, Eu o farei desaparecer do meio do seu povo. 30E todo aquele que fizer qualquer trabalho nesse mesmo dia, Eu o farei desaparecer do meio do seu povo. 31Não fareis, então, trabalho algum: é uma lei perpétua para os vossos descendentes, onde quer que habiteis. 32Este dia é para vós um dia de descanso absoluto, durante o qual jejuareis; a partir do nono dia do mês, de uma a outra tarde, observareis o vosso descanso sabático.»

Festa das Tendas (Dt 16,13-15) - 33O Senhor falou a Moisés nestes termos: 34«Fala assim aos filhos de Israel: ‘No décimo quinto dia deste sétimo mês, celebrar-se-á a festa das Tendas, em honra do Senhor, durante sete dias. 35No primeiro dia haverá uma assembleia sagrada, não fareis nenhum trabalho servil. 36Em cada um dos sete dias, apresentareis uma oferta queimada ao Senhor. No oitavo dia, fareis ainda uma assembleia sagrada e apresentareis uma oferta queimada ao Senhor: é uma reunião festiva e não fareis nenhum trabalho servil.’»
Conclusão - 37«São estas as festas em honra do Senhor, em que deveis convocar assembleias sagradas, apresentando uma oferta queimada ao Senhor, um holocausto e uma oblação, sacrifícios e libações, segundo o ritual de cada dia, 38independentemente dos sábados do Senhor, dos vossos dons e de todas as vossas ofertas votivas ou espontâneas que apresentareis ao Senhor. 39Além disso, no décimo quinto dia do sétimo mês, quando tiverdes recolhido os produtos da terra, fareis uma festa de peregrinação ao Senhor, que durará sete dias; o primeiro dia será de descanso absoluto, assim como o oitavo dia. 40No primeiro dia, apanhareis belos frutos, ramos de palmeira, ramos de árvores frondosas e dos salgueiros do rio; e regozijar-vos-eis na presença do Senhor, vosso Deus, durante sete dias. 41Celebrareis esta festa de peregrinação em honra do Senhor, durante sete dias cada ano. Será uma lei perpétua para os vossos descendentes; fareis esta peregrinação no sétimo mês. 42Habitareis nas tendas durante sete dias; todos os que nasceram em Israel deverão habitar em tendas 43para que os vossos descendentes saibam que fiz habitar em tendas os filhos de Israel, quando os tirei da terra do Egipto. Eu, o Senhor, vosso Deus.’» 44Foi assim que Moisés deu a conhecer aos filhos de Israel as festas em honra do Senhor.

24 Lâmpadas (Ex 25,31-40; 27,20-21; 37,17-24) - 1O Senhor disse a Moisés: 2«Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite puro, de azeitonas trituradas, para o candelabro, a fim de que a lâmpada esteja permanentemente acesa. 3Aarão colocá-lo-á do lado de fora do véu que encobre o documento da aliança, na tenda da reunião, a fim de arderem ininterruptamente, desde a tarde até de manhã, diante do Senhor. É uma lei perpétua para os vossos descendentes. 4É sobre o candelabro de oiro puro que ele colocará as lâmpadas que ardem continuamente diante do Senhor.»

Pães da oferenda (Ex 25,23-30; 37,10-16; 1 Sm 21,5-7; Mt 12,4) - 5«Tomarás também flor de farinha e cozerás doze pães de dois décimos de efá cada um. 6Dispô-los-ás em duas rimas, seis em cada rima, sobre a mesa de ouro puro, diante do Senhor. 7Porás, sobre cada rima, incenso puro que servirá de memorial aos pães, como oferta queimada em honra do Senhor. 8Colocar-se-ão estes pães diante do Senhor, continuamente, cada dia de sábado, da parte dos filhos de Israel. É uma aliança perpétua. 9Pertencerá este pão a Aarão e a seus filhos, que o comerão em lugar santo, porque é a parte mais sagrada das ofertas queimadas em honra do Senhor, que lhes é destinada. É uma lei perpétua.»

Castigo de um blasfemo - 10Havia no acampamento um filho de uma mulher israelita e de um egípcio que vivia com os filhos de Israel; um dia, levantou-se uma questão entre este filho de uma mulher israelita e um homem de Israel. 11O filho da mulher israelita blasfemou e insultou o nome de Deus, pelo que o levaram à presença de Moisés. Sua mãe chamava-se Chelomite, filha de Dibri, da tribo de Dan. 12Colocaram-no na prisão, até que se lhes declarasse da parte do Senhor o que se deveria fazer. 13O Senhor falou assim a Moisés: 14«Faz sair o blasfemo para fora do acampamento: todos os que o ouviram imponham as mãos sobre a sua cabeça, e que toda a comunidade o apedreje. 15Fala aos filhos de Israel nestes termos: ‘Todo aquele que profere uma blasfémia contra o seu Deus, suportará o peso do seu pecado. 16Aquele que proferir blasfémias contra o nome do Senhor, será punido com a morte e toda a comunidade o apedrejará. Quer seja estrangeiro quer seja natural do país, se proferir blasfémias contra o nome do Senhor, será morto.’»

Lei de talião (Ex 21,23-25; Dt 19, 21; Mt 5,38-39) - 17«Se um homem ferir mortalmente outro homem, será condenado à morte. 18Aquele que ferir mortalmente um animal, pagá-lo-á vida por vida. 19E se alguém fizer um ferimento ao seu próximo, far-se-á o mesmo a ele: 20fractura por fractura, olho por olho, dente por dente; conforme o dano que tiver feito a outro homem, assim se lhe fará a ele. 21Quem matar um animal pagá-lo-á, e quem matar um homem deverá morrer. 22Uma só lei vos governará, tanto aos estrangeiros como aos naturais do país, porque Eu sou o Senhor vosso Deus.» 23E Moisés repetiu tudo aos filhos de Israel. Levaram o blasfemo para fora do acampamento e apedrejaram-no. Os filhos de Israel fizeram o que o Senhor ordenara a Moisés.

25 Ano Sabático (Ex 23,10-11; Dt 15,1-11) - 1O Senhor falou a Moisés, no monte Sinai, nestes termos: 2«Fala aos filhos de Israel, e diz-lhes: ‘Quando entrardes na terra que vos dou, a terra gozará de um descanso, em honra do Senhor. 3Semearás o teu campo durante seis anos, durante seis anos podarás as tuas vinhas e recolherás os seus frutos. 4Mas, no sétimo ano, será concedido à terra um descanso, um sábado, em honra do Senhor: não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha. 5Não colherás o que nascer espontaneamente dos grãos caídos durante a ceifa, nem vindimarás as uvas da tua vinha que não foi podada. Será um ano sabático para a terra. 6O que a terra produzir durante o seu descanso, servir-vos-á de alimento, a ti, ao teu escravo, à tua serva, ao teu jornaleiro e ao inquilino que vive contigo. 7Também o teu gado, assim como os animais selvagens da tua terra, poderão alimentar-se com todos esses frutos.’»

Ano jubilar - 8«Contarás sete semanas de anos, isto é, sete vezes sete anos; de forma que a duração de estas sete semanas de anos corresponderá a quarenta e nove anos. 9Depois, farás ressoar fortemente a trombeta, no décimo dia do sétimo mês. No dia do grande Perdão, fareis ressoar o som da trombeta através de toda a vossa terra. 10Santificareis o quinquagésimo ano, proclamando na vossa terra a liberdade de todos os que a habitam. Este ano será para vós um Jubileu; cada um de vós voltará à sua propriedade, e à sua família. 11O quinquagésimo ano é o ano do Jubileu: não semeareis, não colhereis do que cresce espontaneamente, nem vindimareis as vinhas que não foram podadas. 12Porque é o Jubileu, deve ser uma coisa santa para vós e comereis o produto dos campos. 13Neste Jubileu, cada um de vós recobrará a sua propriedade. 14Quando fizeres uma venda ao teu próximo, ou se comprares alguma coisa, não vos prejudiqueis um ao outro. 15Farás essa compra ao próximo, tendo em conta os anos decorridos depois do Jubileu, e ele fará essa venda tendo em conta os anos das colheitas. 16Conforme os anos forem mais ou menos numerosos, assim tu pagarás mais ou menos pelo que adquirires, porque é um número de colheitas que ele te vende. 17Não vos prejudiqueis uns aos outros. Teme o teu Deus, porque Eu sou o Senhor, vosso Deus.»
Promessas para o Ano Sabático - 18«Cumpri as minhas leis, guardai os meus preceitos; ponde-os em prática para habitardes em segurança na terra. 19A terra dará os seus frutos, com os quais vos sustentareis abundantemente, e nela residireis em segurança. 20Se disserdes: ‘Que comeremos no sétimo ano, pois não podemos semear nem colher as nossas colheitas?’ 21Então, Eu vos concederei a minha bênção no sexto ano, de tal forma que produzirá a colheita de três anos; 22e quando semeardes no oitavo ano, comereis da colheita anterior até ao nono ano. Até que se proceda à sua colheita, vivereis da anterior.»

Resgate da propriedade e dos escravos - 23«Nenhuma terra será vendida definitivamente porque a terra pertence-me, e vós sois apenas estrangeiros e meus hóspedes. 24Portanto, concedereis o direito de resgate a todas as terras que forem da vossa propriedade. 25Se o teu irmão cair na pobreza e vender uma parte da sua propriedade, a que tem direito de resgate, o seu parente mais próximo deve ir resgatar o que o seu irmão vendeu. 26Se um homem não tiver ninguém que resgate a sua propriedade e conseguir encontrar meios suficientes para o seu resgate, 27calculará os anos da sua venda, pagará o restante ao homem que lhe comprou e, deste modo, recobrará a sua propriedade. 28Se não tiver recursos suficientes para o resgate, o objecto vendido continuará na posse do comprador até ao Jubileu; no Jubileu, ficará livre e voltará à sua propriedade. 29Se um homem vender uma casa de habitação, situada numa cidade murada, o direito de resgate durará até ao fim do ano da venda; o seu direito ao resgate durará um ano inteiro. 30Se a casa, situada numa cidade murada, não for resgatada no prazo de um ano inteiro, pertencerá definitivamente ao comprador e aos seus descendentes; no Jubileu não ficará livre. 31Mas as casas das aldeias, não rodeadas de muros, serão consideradas como os campos do país; poderão ser resgatadas e ficarão livres no Jubileu. 32Quanto às cidades dos levitas, e às casas situadas nas cidades que lhes pertencem, os levitas terão sempre o direito de as resgatar. 33Se um levita não resgata a sua casa vendida numa cidade da sua propriedade, a casa ficará livre no Jubileu, porque as casas situadas nas cidades dos levitas são a sua propriedade entre os filhos de Israel. 34Uma terra situada nos arrabaldes das suas cidades não pode ser vendida; porque essa é uma propriedade que lhes pertence para sempre.»

Empréstimo sem juros - 35«Se um dos teus irmãos empobrecer e não satisfizer as suas obrigações para contigo, protegê-lo-ás, mesmo que seja um estrangeiro ou um inquilino, e deixa-o viver contigo. 36Não receberás dele juros nem lucro algum, mas teme o teu Deus para que o teu irmão viva contigo. 37Não lhe emprestes o teu dinheiro com juros, nem lhe dês os teus mantimentos para disso tirar proveito. 38Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos fez sair da terra do Egipto, para vos dar a de Canaã, a fim de ser o vosso Deus.»

Lei da escravatura (Ex 21,2-11; Dt 15,12-18) - 39«Se o teu irmão empobrecer, junto de ti, e se se vender a ti, não exigirás dele um trabalho de escravo. 40Estará contigo como um jornaleiro, como um inquilino; servirá em tua casa até ao ano do Jubileu. 41Então, sairá da tua casa, assim como os seus filhos; voltará para a sua família e recobrará os bens dos seus pais. 42Porque são meus servos, que fiz sair da terra do Egipto, não devem ser vendidos como se vende um escravo. 43Não o domines com dureza para temeres o teu Deus. 44O escravo ou a escrava que pretendais adquirir devem sair dos povos estrangeiros que vos rodeiam; poder-lhes-eis comprar escravos e escravas. 45Podê-los-eis, também, comprar entre os filhos dos estrangeiros que residam no meio de vós, entre as suas famílias que vivem convosco e entre os filhos que lhes nascerem no vosso país, e serão propriedade vossa. 46Podeis deixá-los em herança aos vossos filhos, a fim de que os possuam depois de vós, tratando-os perpetuamente como escravos; quanto aos vossos irmãos, os filhos de Israel, que ninguém domine o seu irmão com dureza. 47Se o estrangeiro que vive junto de ti adquirir riquezas, e o teu irmão, seu vizinho, empobrecido, se vender a esse estrangeiro que vive junto de ti ou ao descendente de uma família estrangeira, 48terá direito a resgate, depois de se ter vendido: um dos seus irmãos resgatá-lo-á. 49Será ainda resgatado pelo seu tio, pelo filho do seu tio, ou por qualquer outro dos seus parentes e da sua família; mas, se adquirir meios, resgatar-se-á a si mesmo. 50Neste caso, calculará, com aquele que o comprou, o intervalo entre o ano em que se vendeu e o ano do Jubileu, e o preço da sua venda será contado pelo número de anos, segundo o ordenado de um jornaleiro. 51Se faltarem ainda muitos anos, pagará pelo seu resgate uma parte proporcional do preço de aquisição. 52E se ficarem poucos anos até ao ano Jubileu, tê-lo-á em conta; pagará o seu resgate em proporção ao número de anos. 53Estará na casa do comprador como jornaleiro ao ano, e tu não permitirás que ele o domine com dureza na tua presença. 54E, se não foi resgatado de nenhuma dessas maneiras, ficará livre no ano do Jubileu, tanto ele como os seus filhos. 55Porque os filhos de Israel só a mim pertencem como escravos: são os meus servos, que Eu fiz sair da terra do Egipto, Eu, o Senhor vosso Deus.»

26 Bênçãos (Ex 23,22-23; Dt 28,1-14) - 1«Não façais para vós ídolos, nem levanteis entre vós imagens de madeira, estelas ou pedras esculpidas. Não as coloqueis na vossa terra, para vos prostrardes diante delas, porque Eu sou o Senhor, vosso Deus. 2Guardai os meus sábados, e reverenciai o meu santuário. Eu sou o Senhor. 3Se cumprirdes os meus decretos e guardardes os meus mandamentos, e os puserdes em prática, 4dar-vos-ei as chuvas na estação própria; a terra dará os seus produtos e as árvores dos campos darão os seus frutos. 5A debulha do trigo prolongar-se-á até à vindima, e a vindima, até ao tempo das sementeiras; comereis pão com abundância e habitareis em segurança na vossa terra. 6Farei reinar a paz na vossa terra e ninguém perturbará o vosso sono; farei desaparecer as feras, e a espada não passará pela vossa terra. 7Perseguireis os vossos inimigos, eles cairão sob a vossa espada. 8Cinco dos vossos perseguirão um cento, e cem dos vossos perseguirão dez mil; e os vossos inimigos cairão sob a vossa espada. 9Olharei por vós, far-vos-ei crescer e multiplicar, e manterei a minha aliança convosco. 10Comereis da colheita armazenada e tereis que a retirar para dar lugar à nova. 11Estabelecerei a minha morada no meio de vós, e não me hei-de aborrecer convosco. 12Caminharei no meio de vós, serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo. 13Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos fez sair da terra do Egipto, para que não continuásseis a ser escravos; quebrei as cadeias do vosso jugo e fiz que andásseis de cabeça erguida.»

Maldições (Dt 28,15-68; Am 4,6-12) - 14«Mas, se vós não me escutardes e deixardes de cumprir todos estes mandamentos, 15se desprezardes os meus decretos, se o vosso espírito rejeitar os meus preceitos, chegando ao ponto de não cumprirdes mais os meus mandamentos e de violar a minha aliança, 16então eis aqui o que vos farei: enviarei contra vós o terror, a fraqueza e a febre, que enfraquecem os olhos e consomem a vida; semeareis em vão a vossa semente, e os vossos inimigos alimentar-se-ão dos seus frutos. 17Voltarei o meu rosto contra vós e sereis derrotados pelos vossos inimigos; os que vos odeiam dominar-vos-ão, e fugireis sem que ninguém vos persiga. 18E, se apesar disto não me escutardes, vou continuar a castigar-vos sete vezes mais pelos vossos pecados. 19Quebrantarei o vosso orgulhoso poder, tornarei duro o vosso céu como o ferro e a vossa terra como o bronze. 20As vossas forças se consumirão em vão, a vossa terra não dará os seus produtos e as árvores não darão os seus frutos. 21Se procederdes hostilmente para comigo e, se não quiserdes escutar-me, castigar-vos-ei sete vezes mais, conforme os vossos pecados. 22Soltarei os animais ferozes sobre vós, e eles privar-vos-ão dos vossos filhos, exterminarão o vosso gado, dizimar-vos-ão e os vossos caminhos ficarão desertos. 23Se mesmo assim não aceitais a minha correcção, mas pelo contrário continuardes a hostilizar-me, 24também Eu procederei hostilmente contra vós e punir-vos-ei sete vezes mais pelos vossos pecados. 25Farei vir contra vós a espada vingadora dos direitos da minha aliança, e refugiar-vos-eis nas vossas cidades. Depois lançarei a peste no meio de vós e ficareis à mercê do inimigo. 26E, além disso, privar-vos-ei do pão, de modo que dez mulheres cozerão o vosso pão num só forno e ser-vos-á distribuído por peso; comê-lo-eis, mas não ficareis saciados. 27Se, apesar destas coisas, não me escutais e vos portardes hostilmente para comigo, 28também Eu me portarei hostilmente para convosco cheio de furor e castigar-vos-ei sete vezes mais pelos vossos pecados. 29Devorareis a carne dos vossos filhos e a carne das vossas filhas. 30Destruirei os vossos lugares altos, derrubarei os vossos altares portáteis e amontoarei os vossos cadáveres sobre os cadáveres dos vossos ídolos; e o meu espírito repelir-vos-á. 31Transformarei as vossas cidades em ruínas, devastarei os vossos santuários e não terei de respirar mais o odor dos vossos sacrifícios. 32Depois, Eu mesmo devastarei esta terra, de tal modo que os vossos inimigos, ao ocuparem-na, ficarão estupefactos. 33Dispersar-vos-ei entre as nações, perseguir-vos-ei à espada; a vossa terra ficará desolada e as vossas cidades ficarão em ruínas. 34Então, a terra gozará do seu descanso sabático, durante o tempo da sua desolação; e vós estareis na terra dos vossos inimigos. É então que a terra poderá gozar do descanso dos seus anos sabáticos. 35Descansará durante todo o tempo em que estiver desolada pelo descanso que não teve nos vossos anos sabáticos, quando a habitáveis. 36Quanto aos vossos sobreviventes, dar-lhes-ei tanta angústia na terra dos seus inimigos, que o simples ruído de uma folha ao cair os porá em fuga, pensando que alguém os persegue à espada. E cairão, sem ninguém os perseguir. 37Tropeçarão e cairão uns sobre os outros, como quando se foge da espada, mesmo sem ninguém os perseguir. Não podereis resistir aos vossos inimigos; 38perecereis entre as nações e a terra dos vossos inimigos devorar-vos-á. 39Os que sobreviverem, dentre vós, consumir-se-ão por causa da sua iniquidade, no país dos vossos inimigos, e também se consumirão por causa das iniquidades dos seus pais. 40Depois, confessarão a sua iniquidade e a dos seus pais, as transgressões que cometeram contra mim e a sua hostilidade para comigo. 41Por isso, Eu também os tratarei hostilmente, deportando-os para o país dos seus inimigos; então, o seu coração infiel se humilhará e expiarão a sua iniquidade.»

Deus é fiel à aliança - 42«Recordar-me-ei, então, da minha aliança com Jacob; recordar-me-ei da minha aliança com Isaac, da minha aliança com Abraão, e também me recordarei deste país. 43Então, a terra abandonada e desolada pelos habitantes recuperará os seus sábados e eles próprios repararão a sua iniquidade, porque desprezaram os meus preceitos e rejeitaram os meus decretos. 44Mesmo assim, quando estiverem no país dos seus inimigos, não os abandonarei nem rejeitarei ao ponto de os aniquilar e de invalidar a minha aliança com eles, porque Eu sou o Senhor, seu Deus. 45Recordar-me-ei, a seu favor, da aliança feita com os seus antepassados, que fiz sair da terra do Egipto, à vista das nações, para ser o seu Deus, Eu, o Senhor.» 46Tais são os decretos, os preceitos e as leis que o Senhor estabeleceu entre Ele e os filhos de Israel, por intermédio de Moisés, no monte Sinai.

III. APÊNDICE (27,1-34)

27 Votos (Ex 30,11-16) - 1O Senhor falou a Moisés, nestes termos: 2«Fala aos filhos de Israel, e diz-lhes: ‘Se alguém prometer ao Senhor, por voto, o valor equivalente a uma pessoa, 3o seu valor estimativo será o seguinte: por um homem de vinte a sessenta anos de idade, o valor será de cinquenta siclos de prata, conforme o peso do santuário. 4E tratando-se de uma mulher, o valor será de trinta siclos. 5A partir de cinco até vinte anos, será de vinte siclos para o rapaz, e de dez siclos para uma menina. 6A partir da idade de um mês até à idade de cinco anos, o valor será de cinco siclos de prata para um rapaz e de três siclos de prata por uma menina. 7De sessenta anos em diante, será de quinze siclos por um homem e de dez siclos por uma mulher. 8Se o que fez o voto é tão pobre que não pode pagar a avaliação, apresentará a pessoa diante do sacerdote e este calculará a avaliação; o valor será fixado pelo sacerdote de acordo com as posses daquele que fez voto. 9Se for um animal, com o qual se possa fazer uma oferta ao Senhor, todo o animal oferecido ao Senhor tornar-se-á uma coisa sagrada. 10Não se pode trocar, nem substituir, um bom por um defeituoso, ou um defeituoso por um melhor; se, apesar disso, tiverem substituído o animal por um outro, tanto o animal substituído como o substituto serão igualmente coisa sagrada. 11Se se tratar de um animal impuro, que não é apto para ser oferecido ao Senhor, apresentar-se-á o animal ao sacerdote; 12este o avaliará segundo as suas boas ou más qualidades; e a avaliação do sacerdote será respeitada. 13Se a pessoa, em seguida, o quiser resgatar, acrescentará um quinto ao valor da avaliação. 14Se um homem consagrar a sua casa ao Senhor, como coisa sagrada, o sacerdote procederá à sua avaliação, segundo o seu alto ou baixo preço; o seu preço será o da apreciação feita pelo sacerdote. 15Mas, se aquele que consagrou quiser resgatar a sua casa, acrescentará um quinto ao preço da avaliação, e ela pertencer-lhe-á. 16Se um homem consagrar ao Senhor um campo da sua propriedade, proceder-se-á à avaliação, segundo a semente nele semeada: um hómer de cevada valerá cinquenta siclos de prata. 17Se consagrou um campo, durante o ano do Jubileu, é pelo valor desse ano que ela será avaliada; 18se a consagrou, depois do ano do Jubileu, o sacerdote calculará o preço, de acordo com os anos que faltam até ao Jubileu, e fará uma redução sobre o valor da avaliação. 19Se aquele que consagrou a terra quiser resgatá-la, acrescentará um quinto ao preço da avaliação, e ela pertencer-lhe-á. 20Mas, se não resgatar o campo ou se este campo tiver sido vendido a qualquer outro, não poderá mais ser resgatado. 21Este campo, no fim do Jubileu, será consagrado ao Senhor como campo interdito e tornar-se-á propriedade do sacerdote. 22Se aquilo que consagrou ao Senhor for um campo adquirido por ele, que não faça parte do seu património, 23o sacerdote o avaliará de acordo com os anos que faltem até ao Jubileu, e esse valor será pago nesse mesmo dia, como coisa consagrada ao Senhor. 24No ano do Jubileu, a terra voltará à posse daquele a quem tinha sido comprada e que a possuía como património. 25E todas as avaliações serão feitas segundo o siclo do santuário; o siclo corresponde a vinte gueras. 26Não se poderá consagrar ao Senhor o primogénito de um animal, o qual, ao nascer, pertence já ao Senhor; quer seja boi ou ovelha é do Senhor. 27Se se tratar de um animal impuro, poder-se-á resgatá-lo pelo preço da avaliação, acrescentando-lhe um quinto; se não for resgatado, será vendido a outro pelo preço da avaliação. 28Qualquer coisa que alguém consagrar em honra do Senhor por voto, de entre as suas propriedades, quer seja uma pessoa, animal ou um campo do seu património, não poderá ser vendida ou resgatada; tudo o que assim for consagrado converte-se numa coisa sagrada para o Senhor. 29Mesmo que se trate de um ser humano, este voto é irrevogável: ele terá de morrer.’»

Dízimos (Nm 18,20-32) - 30«Todo o dízimo da terra, quer seja de produtos da terra ou de frutos das árvores, pertence ao Senhor, é consagrado ao Senhor. 31E se alguém quiser resgatar uma parte do seu dízimo, ajuntar-lhe-á um quinto. 32Todo o dízimo, seja ele de bois, de ovelhas e de cabras, isto é, o décimo de todos os animais que passarem debaixo da vara do pastor será consagrado ao Senhor. 33Não se examinará se são bons ou defeituosos e não se substituirão; se, contudo, tiverem sido substituídos, tanto ele como o seu substituto ficam igualmente consagrados; não se poderão resgatar.» 34Estes são os mandamentos que o Senhor deu a Moisés para os filhos de Israel, no monte Sinai.