sexta-feira, 4 de setembro de 2009

CARTA AOS EFÉSIOS

O tom geral desta Carta não está de acordo com a autoria de Paulo: é muito impessoal, faltando o estilo e a linguagem próprios do Apóstolo. Mais que uma Carta, parece tratar-se de uma espécie de homilia que utiliza o modelo epistolar. As únicas referências indirectas a Paulo (3,13; 5,18-22) não chegam para lhe atribuirmos este escrito. Deve, pois, tratar-se de um documento pertencente a um autor dos círculos paulinos, que se dirige aos pagãos convertidos ao cristianismo, fazendo-o em nome de Paulo (1,1-2).

DESTINATÁRIO Não está claro se foi escrita aos cristãos de Éfeso grande cidade da Ásia Menor evangelizada por Paulo, na sua terceira viagem missionária (Act 19) ou aos de Laodiceia (Cl 4,16).O tom impessoal da Carta, a ausência de companheiros do Apóstolo (não se refere nenhum) leva os estudiosos a inclinarem-se pela hipótese de uma Carta-circular dirigida às igrejas paulinas da Ásia Menor. Além disso, o nome do destinatário (a cidade de Éfeso) falta nos códices mais importantes.

DIVISÃO E CONTEÚDO A Carta aos Efésios está organizada em duas partes:Apresentação: 1,1-2.I. A Igreja e o Evangelho (1,3-3,21):A graça de Deus: 1,3-14;Cristo, Senhor do mundo e da Igreja: 1,15-23;A obra de Cristo: 2,1-22;Lugar de Paulo no plano de Deus: 3,1-21.II. Exortação aos baptizados (4,1-6,20):Viver na unidade: 4,1-16;Instruções várias: 4,17-5,20;Cristo e a Igreja. Consequências: 5,21-6,9;Combater inimigos espirituais: 6,10-20.Saudação final: 6,21-24.
TEOLOGIA Por esta época, nas cristandades asiáticas começavam a propagar-se doutrinas judaico-gnósticas sobre as forças espirituais, os anjos, colocando-os acima de Cristo. Com isso, procurava-se exaltar a Lei de Moisés, pois, segundo as tradições rabínicas, ela fora promulgada por anjos. Se os anjos, que a promulgaram, eram superiores a Cristo, também a Lei o seria, em relação ao Evangelho. Contra esta visão das coisas, Paulo expõe o “Mistério de Cristo” na sua grandeza cósmica, enraizado no “Mistério da Igreja”.É na Igreja que Deus revela hoje o seu plano salvador realizado em Cristo e por Cristo. A Igreja de Cristo é universal, nova Criação e Corpo em crescimento. É nela que judeus e pagãos se encontram na unidade. A Igreja é ainda o novo povo de Deus, a esposa de Cristo (5,21-32), por quem Ele deu a vida.

1 Apresentação - 1Paulo, Apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos e fiéis em Cristo Jesus que estão em Éfeso: 2a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

I. A IGREJA E O EVANGELHO (1-3,3-21)
Deus salva-nos por Cristo 3Bendito seja o Deus,Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,que no alto do Céu nos abençooucom toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. 4Foi assim que Ele nos escolheu em Cristoantes da fundação do mundo,para sermos santos e irrepreensíveisna sua presença, no amor. 5Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhospor meio de Jesus Cristo,de acordo com o beneplácito da sua vontade, 6para que seja prestado louvorà glória da sua graça,que gratuitamente derramou sobre nós,no seu Filho bem amado. 7É em Cristo, pelo seu sangue,que temos a redenção,o perdão dos pecados,em virtude da riqueza da sua graça, 8que Ele abundantemente derramou sobre nós,com toda a sabedoria e inteligência. 9Manifestou-nos o mistério da sua vontade,e o plano generoso que tinha estabelecido, 10para conduzir os tempos à sua plenitude:submeter tudo a Cristo,reunindo nele o que há no céu e na terra. 11Foi também em Cristo que fomos escolhidos como sua herança,predestinados de acordo com o desígnio daquele que tudo opera,de acordo com a decisão da sua vontade, 12para que nos entreguemos ao louvor da sua glória,nós, que previamente pusemos a nossa esperança em Cristo. 13Foi nele, ainda, que vós ouvistes a palavra da verdade,o Evangelho que vos salva.Foi nele ainda que acreditastese fostes marcados com o selo do Espírito Santo prometido, 14o qual é garantia da nossa herança,para que dela tomemos posse, na redenção,para louvor da sua glória.
Cristo, plenitude do Universo - 15Por isso, também eu, desde que ouvi falar da vossa fé no Senhor Jesuse do vosso amor para com todos os santos, 16não cesso de dar graças a Deus por vós, quando vos recordo nas minhas orações. 17Que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê o Espírito de sabedoria e vo-lo revele, para o conhecerdes; 18sejam iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes que esperança nos vem do seu chamamento, que riqueza de glória contém a herança que Ele nos reserva entre os santos 19e como é extraordinariamente grande o seu poder para connosco, os crentes, de acordo com a eficácia da sua força poderosa, 20que eficazmente exerceu em Cristo: ressuscitou-o dos mortos e sentou-o à sua direita, no alto do Céu, 21muito acima de todo o Poder, Principado, Autoridade, Potestade e Dominação e de qualquer outro nome que seja nomeado, não só neste mundo, mas também no que há-de vir. 22Sim, Ele tudo submeteu a seus pés e deu-o, como cabeça que tudo domina, à Igreja, 23que é o seu Corpo, a plenitude daquele que tudo preenche em todos.

2 A obra de Cristo - 1Também a vós, que estáveis mortos pelas vossas faltas e pecados, 2aqueles em que vivestes outrora, de acordo com o curso deste mundo, de acordo com o príncipe que domina os ares, o espírito que agora actua nos rebeldes... 3Como eles, todos nós nos comportámos outrora: entregues aos nossos desejos mundanos, fazíamos a vontade dele, seguíamos os seus impulsos, de tal modo que estávamos sujeitos por natureza à ira divina, precisamente como os demais. 4Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou, 5precisamente a nós que estávamos mortos pelas nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo - é pela graça que vós estais salvos - 6com Ele nos ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Cristo. 7Pela bondade que tem para connosco, em Cristo Jesus, quis assim mostrar, nos tempos futuros, a extraordinária riqueza da sua graça. 8Porque é pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; 9não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos.

Judeus e pagãos unidos em Cristo - 11Lembrai-vos, portanto, de que vós outrora - os gentios na carne, os chamados incircuncisos por aqueles que se chamavam circuncisos, com uma circuncisão praticada na carne - 12lembrai-vos de que nesse tempo estáveis sem Cristo, excluídos da cidadania de Israel e estranhos às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. 13Mas em Cristo Jesus, vós, que outrora estáveis longe, agora, estais perto, pelo sangue de Cristo. 14Com efeito, Ele é a nossa paz, Ele que, dos dois povos, fez um só e destruiu o muro de separação, a inimizade: na sua carne, 15anulou a lei, que contém os mandamentos em forma de prescrições, para, a partir do judeu e do pagão, criar em si próprio um só homem novo, fazendo a paz, 16e para os reconciliar com Deus, num só Corpo, por meio da cruz, matando assim a inimizade. 17E, na sua vinda, anunciou a paz a vós que estáveis longe e paz àqueles que estavam perto. 18Porque, é por Ele que uns e outros, num só Espírito, temos acesso ao Pai. 19Portanto, já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus, 20edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. 21É nele que toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo, no Senhor. 22É nele que também vós sois integrados na construção, para formardes uma habitação de Deus, pelo Espírito.

3 Paulo anunciou o mistério de Cristo - 1É graças a isso, que eu, Paulo, prisioneiro de Cristo por vós, os gentios... 2Com certeza, ouvistes falar da graça de Deus que me foi dada para vosso benefício, a fim de realizar o seu plano: 3que, por revelação, me foi dado conhecer o mistério, tal como antes o descrevi resumidamente. 4Lendo-o, podeis fazer uma ideia da compreensão que tenho do mistério de Cristo, 5que, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, em gerações passadas, como agora foi revelado aos seus santos Apóstolos e Profetas, no Espírito: 6os gentios são admitidos à mesma herança, membros do mesmo Corpo e participantes da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho. 7Dele me tornei servidor, pelo dom da graça de Deus que me foi dada, pela eficácia do seu poder. 8A mim, o menor de todos os santos, foi dada a graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Cristo 9e a todos iluminar sobre a realização do mistério escondido desde séculos em Deus, o criador de todas as coisas 10para que agora, por meio da Igreja, seja dada a conhecer, aos Principados e às Autoridades no alto do Céu, a multiforme sabedoria de Deus, 11de acordo com o desígnio eterno que Ele realizou em Cristo Jesus Senhor nosso. 12Em Cristo, mediante a fé nele, temos a liberdade e coragem de nos aproximarmos de Deus com confiança. 13Por isso, peço-vos que não desanimeis com as tribulações que sofro por vós; elas são a vossa glória.

O amor de Cristo - 14É por isso que eu dobro os joelhos diante do Pai, 15do qual recebe o nome toda a família, nos céus e na terra: 16que Ele vos conceda, de acordo com a riqueza da sua glória, que sejais cheios de força, pelo seu Espírito, para que se robusteça em vós o homem interior; 17que Cristo, pela fé, habite nos vossos corações; que estejais enraizados e alicerçados no amor, 18para terdes a capacidade de apreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura e a profundidade... 19a capacidade de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, para que sejais repletos, até receberdes toda a plenitude de Deus. 20Àquele que pode fazer imensamente mais do que pedimos ou imaginamos, de acordo com o poder que eficazmente exerce em nós, 21a Ele a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, em todas as gerações, pelos séculos dos séculos! Ámen.

II. EXORTAÇÃO AOS BAPTIZADOS (4,1-6,20)
4 Todos unidos em Cristo - 1Eu, o prisioneiro no Senhor, exorto-vos, pois, a que procedais de um modo digno do chamamento que recebestes; 2com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor, 3esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz. 4Há um só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; 5um só Senhor, uma só fé,um só baptismo; 6um só Deus e Pai de todos,que reina sobre todos,age por todos e permanece em todos. 7Mas, a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo. 8Por isso se diz:Ao subir às alturas,levou cativos em cativeiro,deu dádivas aos homens. 9Ora, este «subiu» que quer dizer, senão que também desceu às regiões inferiores da terra? 10Aquele que desceu é precisamente o mesmo que subiu muito acima de todos os céus, a fim de encher o universo. 11E foi Ele que a alguns constituiu como Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres, 12em ordem a preparar os santos para uma actividade de serviço, para a construção do Corpo de Cristo, 13até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Cristo. 14Assim, deixaremos de ser crianças, batidos pelas ondas e levados por qualquer vento da doutrina, ao sabor do jogo dos homens, da astúcia que maliciosamente leva ao erro; 15antes, testemunhando a verdade no amor, cresceremos em tudo para aquele que é a cabeça, Cristo. 16É a partir dele que o Corpo inteiro, bem ajustado e unido, por meio de toda a espécie de articulações que o sustentam, segundo uma força à medida de cada uma das partes, realiza o seu crescimento como Corpo, para se construir a si próprio no amor.
O homem novo - 17É isto, pois, o que digo e recomendo no Senhor: não volteis a proceder como procedem os gentios, no vazio da sua mente; 18vivem obscurecidos no pensamento, alienados da vida de Deus, devido à ignorância que neles existe e ao endurecimento do seu coração; 19tornados insensíveis, a si mesmos se entregam à libertinagem, até chegarem a praticar toda a espécie de impureza, na ganância. 20Vós, porém, não foi assim que aprendestes, ao conhecerdes a Cristo, 21supondo que dele ouvistes falar e nele fostes instruídos, conforme a verdade que está em Jesus: 22que deveis, no que toca à conduta de outrora, despir-vos do homem velho, corrompido por desejos enganadores; 23que vos deveis renovar pela transformação do Espírito que anima a vossa mente; 24e que deveis revestir-vos do homem novo, que foi criado em conformidade com Deus, na justiça e na santidade, próprias da verdade.

Vida exemplar - 25Por isso, despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. 26Se vos irardes, não pequeis; que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento, 27nem deis espaço algum ao diabo. 28Aquele que roubava deixe de roubar; antes se esforce por trabalhar com as suas próprias mãos, fazendo o bem, para que tenha com que partilhar com quem passa necessidade. 29Nenhuma palavra desagradável saia da vossa boca, mas apenas a que for boa, que edifique, sempre que necessário, para que seja uma graça para aqueles que a escutam. 30E não ofendais o Espírito Santo de Deus, selo com o qual fostes marcados para o dia da redenção. 31Toda a espécie de azedume, raiva, ira, gritaria e injúria desapareça de vós, juntamente com toda a maldade. 32Sede, antes, bondosos uns para com os outros, compassivos; perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo.

5 1Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos bem amados, 2e procedei com amor, como também Cristo nos amou e se entregou a Deus por nós como oferta e sacrifício de agradável odor.
Como filhos da luz - 3Mas de prostituição e qualquer espécie de impureza ou ganância nem sequer se fale entre vós, como é próprio de santos; 4nem haja palavras obscenas, insensatas ou grosseiras; são coisas que não convêm; haja, sim, acção de graças. 5Porque, disto deveis ter a certeza: nenhum fornicador, impuro ou ganancioso - o que equivale a idólatra - tem herança no Reino de Cristo e de Deus. 6Ninguém vos engane com palavras ocas; pois são estas coisas que provocam a ira de Deus contra os rebeldes. 7Não sejais, pois, cúmplices deles. 8É que outrora éreis trevas, mas agora sois luz, no Senhor. Procedei como filhos da luz - 9pois o fruto da luz está em toda a espécie de bondade, justiça e verdade - 10procurando discernir o que é agradável ao Senhor. 11E não tomeis parte nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, denunciai-as. 12Porque o que por eles é feito às escondidas, até dizê-lo é vergonhoso. 13Mas tudo isso, se denunciado, é posto às claras pela luz; 14pois tudo o que é posto às claras é luz. Por isso se diz:«Desperta, tu que dormes,levanta-te de entre os mortos,e Cristo brilhará sobre ti». 15Portanto, vede bem como procedeis: não como insensatos, mas como sensatos, 16aproveitando o tempo, pois os dias são maus. 17Por isso mesmo, não vos torneis néscios, mas tratai de compreender qual é a vontade do Senhor. 18E não vos embriagueis com vinho, que leva à vida desregrada, mas deixai-vos encher do Espírito; 19entre vós, cantai salmos, hinos e cânticos espirituais; cantai e louvai o Senhor com todo o vosso coração; 20sem cessar, dai graças por tudo a Deus Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Cristo e a Igreja: modelo de amor conjugal - 21Submetei-vos uns aos outros, no respeito que tendes a Cristo: 22as mulheres, aos seus maridos como ao Senhor, 23porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja - Ele, o salvador do Corpo. 24Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim as mulheres, aos maridos, em tudo. 25Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, 26para a santificar, purificando-a, no banho da água, pela palavra. 27Ele quis apresentá-la esplêndida, como Igreja sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. 28Assim devem também os maridos amar as suas mulheres, como o seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. 29De facto, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo; pelo contrário, alimenta-o e cuida dele, como Cristo faz à Igreja; 30porque nós somos membros do seu Corpo. 31Por isso, o homem deixará o pai e a mãe, unir-se-á à sua mulher e serão os dois uma só carne. 32Grande é este mistério; mas eu interpreto-o em relação a Cristo e à Igreja. 33De qualquer modo, também vós: cada um ame a sua mulher como a si mesmo; e a mulher respeite o seu marido.

6 Cristo e Igreja: modelo de amor familiar e social - 1Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois é isso que é justo: 2Honra teu pai e tua mãe - tal é o primeiro mandamento, com uma promessa: 3para que sejas feliz e gozes de longa vida sobre a terra. 4E vós, pais, não exaspereis os vossos filhos, mas criai-os com a educação e correcção que vêm do Senhor. 5Escravos, obedecei aos senhores terrenos, com o maior respeito, na simplicidade do vosso coração, como a Cristo: 6não para dar nas vistas, como quem procura agradar aos homens, mas como escravos de Cristo, que fazem a vontade de Deus, do fundo do coração; 7servi de boa vontade, como se servísseis ao Senhor e não a homens, 8sabendo que cada um, escravo ou livre, será recompensado pelo Senhor, conforme o bem que fizer. 9E vós, os senhores, fazei o mesmo para com eles: deixai-vos de ameaças, sabendo que o Senhor, que o é tanto deles como vosso, está nos Céus e diante dele não há acepção de pessoas.

As armas do cristão - 10Finalmente, tornai-vos fortes no Senhor e na sua força poderosa. 11Revesti-vos da armadura de Deus, para terdes a capacidade de vos manterdes de pé contra as maquinações do diabo. 12Porque não é contra os seres humanos que temos de lutar, mas contra os Principados, as Autoridades, os Dominadores deste mundo de trevas, e contra os espíritos do mal que estão nos céus. 13Por isso, tomai a armadura de Deus, para que tenhais a capacidade de resistir no dia mau e, depois de tudo terdes feito, de vos manterdes firmes. 14Mantende-vos, portanto, firmes, tendo cingido os vossos rins com a verdade, vestido a couraça da justiça 15e calçado os pés com a prontidão para anunciar o Evangelho da paz; 16acima de tudo, tomai o escudo da fé, com o qual tereis a capacidade de apagar todas as setas incendiadas do maligno. 17Recebei ainda o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. 18Servindo-vos de toda a espécie de orações e preces, orai em todo o tempo no Espírito; e, para isso, vigiai com toda a perseverança e com preces por todos os santos, 19e também por mim; que, quando abrir a minha boca, me seja dada a palavra, para que, corajosamente, dê a conhecer o mistério do Evangelho, 20de que sou embaixador em cadeias; que, nele, eu possa falar aberta e corajosamente, tal como é meu dever.

Notícias e saudação final - 21Mas, para que também vós, no que me diz respeito, saibais como vou, de tudo vos informará Tíquico, o irmão querido e servidor fiel no Senhor. 22Foi para isso mesmo que eu vo-lo enviei: para que tomeis conhecimento do que é feito de nós e console os vossos corações. 23Paz aos irmãos, bem como amor e fé da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo. 24A graça esteja com todos os que amam Nosso Senhor Jesus Cristo, com um amor inalterável.

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