sexta-feira, 4 de setembro de 2009

CARTA DE TIAGO

A Carta de Tiago foi raramente comentada ao longo dos séculos, talvez pelo seu carácter de exortação moral e pelo seu sabor judaico: só duas vezes cita o nome de Jesus (1,1; 2,1) e propõe como modelos apenas figuras do Antigo Testamento: Abraão, Job, Raab, Elias. Mas nos nossos dias veio a merecer um interesse especial dos estudiosos, pois apresenta uma exposição viva e espontânea da mensagem no ambiente das primitivas comunidades cristãs de origem judaica e revela uma série de contrastes que despertam a atenção. Só se percebe que é uma Carta pelo primeiro versículo, pois tem todo o aspecto de uma homilia. Mostra uma grande afinidade com os livros do AT, mormente os Sapienciais (Pr, Sb e Sir) e Proféticos (Is, Jr e Ml), e com os escritos judaicos (Pirqê Abot, Testamento dos 12 Patriarcas, etc.); mas está impregnada do espírito cristão. Nela, podem contar-se 29 dependências do Sermão da Montanha (Mt 5-7), duas alusões ao Baptismo (1,21; 2,7) e à lei da liberdade (1,25; 2,12), um desenvolvimento da relação entre a fé e as obras, problema candente no cristianismo (2,14-26), a única referência expressa do Novo Testamento à Unção dos Enfermos (5,14-15) e a insistência na perfeição (1,4.17.25; 2,22; 3,2), como em Mateus.

ESTILO E LINGUAGEM O texto contém muitos hebraísmos: construções hebraicas (1,22; 2,12; 4,11), paralelismo, parataxe, genitivo de qualidade (1,25; 5,15). O autor exprime-se num grego de alto nível, apenas comparável ao de Hebreus; de facto, tem um vocabulário rico (63 palavras não aparecem no resto do NT, 45 encontram-se nos Setenta e 4 estão ausentes do grego helenístico) e utiliza os recursos retóricos da diatribe cínico-estóica, pequenos diálogos com um interlocutor imaginário (2,14-26), perguntas retóricas (2,4.5b.14.16; 3,11-12; 4,4-5) e interpelações incisivas (1,16.19; 4,13; 5,1), imperativos (mais de 60), paradoxos e contrastes (1,26; 2,13.26; 3,15; 4,12), bem como frequentes exemplos e comparações. Tudo isto dá à Carta uma grande vivacidade e faz pensar em escritores como Epicteto ou Séneca.

AUTOR A teoria de esta Carta ser um escrito judaico retocado por cristãos é destituída de base sólida; toda a Carta tem um cunho cristão. A Tradição da Igreja é unânime em atribuí-la a um Apóstolo do Senhor, de nome Tiago; e, se a perfeição do grego utilizado não condiz com um Tiago palestino, isto poderia dever-se à redacção cuidada de um secretário judeo-cristão muito culto ligado àquele Apóstolo.A hipótese de um escrito posterior pseudo-epigráfico também não oferece probabilidade, pois um estranho que se quisesse servir de um nome notável não deixaria de apelar para os títulos tão importantes de “Apóstolo” ou “Irmão do Senhor”, coisa que o autor não faz, limitando-se a apresentar-se modestamente como «servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo» (1,1).Mas o autor também não deve ser Tiago Maior, o Apóstolo irmão de João, pois foi martirizado muito cedo (em 42 ou 44). E alguns pensam que tão-pouco é o outro Apóstolo do mesmo nome, o filho de Alfeu (ver Mc 3,18 par.), mas um terceiro Tiago, «o irmão do Senhor», homem de grande prestígio, ligado aos Apóstolos e chefe da comunidade de Jerusalém (Act 12,17; 15,13-21; 21,18-25; Gl 1,19; 2,9.12), o qual, após a Ressurreição, passou a crer em Jesus. A identificação habitual destes dois Tiagos (o Menor, «filho de Alfeu» e «o Irmão do Senhor») só se teria dado no correr dos séculos, a partir do que se diz em Gl 1,19: «Não vi nenhum outro Apóstolo, excepto Tiago, irmão do Senhor.» Trata-se de uma questão discutida, pois este texto de Gálatas pode entender-se de outra maneira, traduzindo, em vez de «excepto Tiago»: «mas somente Tiago».

DESTINATÁRIOS Os destinatários desta Carta são «as doze tribos da Dispersão» (1,1), mas não seriam nem os judeus da emigração fora da Palestina (a Diáspora em sentido próprio; há quem pense mesmo em judeus helenizados de tendência essénia), nem os cristãos em geral, dispersos pelo mundo (a “Diáspora” em sentido figurado). Seriam os judeo-cristãos da Diáspora, embora sem excluir outros cristãos em contacto com Tiago.

DATA A maioria dos estudiosos adopta uma das posições seguintes: trata-se do primeiro escrito cristão, dos fins da década de 40, pois tem um aspecto muito primitivo, como se vê ao chamar à comunidade cristã «sinagoga» (aqui traduzido por «assembleia»: 2,2) e parece ignorar a crise judaizante e a conversão dos pagãos. Outros pensam que foi escrita por volta do ano 60, pouco antes da morte de Tiago, irmão do Senhor, que se deu pelo ano 62, pois pensam que Tg 2,14-26 pressupõe as Cartas de Paulo aos Romanos e Gálatas, que alguns deturpavam para justificarem uma vida fácil.Não parece ter base suficientemente sólida classificá-la como um escrito tardio: a ausência de elementos do primeiro anúncio (kerigma) não serve para estabelecer a data, mas a natureza do documento; e as semelhanças com Mateus não exigem uma redacção posterior.

CONTEÚDO TEOLÓGICO Como escrito tipicamente didáctico e moral, a Carta não obedece a um plano doutrinal previamente elaborado. Os temas sucedem-se ao correr da pena, sempre com a preocupação dominante de apelar a que os fiéis vivam o espírito cristão em todas as circunstâncias de um modo coerente com a fé, em perfeita unidade de vida: o comportamento dos cristãos tem de ser um reflexo da sua fé. Sublinhamos os temas das principais exortações:A atitude cristã perante as provações: 1,2-18;Pôr em prática a Palavra: 1,19-27;Caridade para com todos: 2,1-13;Fé com obras: 2,14-26;Domínio da língua: 3,1-12;Verdadeira sabedoria: 3,13-18;Origem das discórdias: 4,1-12;Evitar a presunção: 4,13-17;Advertências aos ricos: 5,1-6;Exortações finais: 5,7-20.Como foi dito, esta Carta é o único escrito do NT a referir expressamente o Sacramento da Unção dos Doentes (5,13-15), que não aparece como um piedoso costume, mas como um dos Sacramentos instituídos por Cristo. De facto, a unção é feita apenas pelos presbíteros da Igreja, em nome do Senhor e obtém efeitos sobrenaturais, como o perdão dos pecados.

1 Saudação - 1Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, saúda as doze tribos da Dispersão.
Benefício das provações - 2Meus irmãos, considerai como uma enorme alegria o estardes rodeados de provações de toda a ordem, 3tendo em conta que a prova a que é submetida a vossa fé produz a constância. 4Mas a constância tem de se exercitar até ao fim, de modo a serdes perfeitos e irrepreensíveis, sem falhar em nada. 5Se algum de vós tem falta de sabedoria, que a peça a Deus, que a todos dá generosamente e sem recriminações, e ser-lhe-á dada. 6Mas peça-a com fé e sem hesitar, porque aquele que hesita assemelha-se às ondas do mar sacudidas e agitadas pelo vento. 7Não pense, pois, tal homem que receberá qualquer coisa do Senhor, 8sendo de espírito indeciso e inconstante em tudo. 9Que o irmão de condição humilde se glorie na sua exaltação, 10e o rico na sua humilhação, pois ele passará como a flor da erva. 11Com efeito, ao despontar o Sol com ardor, a erva seca e a sua flor cai, perdendo toda a beleza; assim murchará também o rico nos seus empreendimentos. 12Feliz o homem que resiste à tentação, porque, depois de ter sido provado, receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam. 13Ninguém diga, quando for tentado para o mal: «É Deus que me tenta.» Porque Deus não é tentado pelo mal, nem tenta ninguém. 14Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e seduz. 15E a concupiscência, depois de ter concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. 16Não vos enganeis, meus amados irmãos. 17Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, no qual não há mudanças nem períodos de sombra. 18Por sua livre decisão, nos gerou com a palavra da verdade, para sermos como que as primícias das suas criaturas.

Pôr em prática a Palavra - 19Bem o sabeis, meus amados irmãos: cada um seja pronto para ouvir, lento para falar e lento para se irar, 20pois uma pessoa irada não faz o que é justo aos olhos de Deus. 21Rejeitai, pois, toda a imundície e todo o vestígio de malícia e recebei com mansidão a Palavra em vós semeada, a qual pode salvar as vossas almas. 22Mas tendes de a pôr em prática e não apenas ouvi-la, enganando-vos a vós mesmos. 23Porque, quem se contenta com ouvir a palavra, sem a pôr em prática, assemelha-se a alguém que contempla a sua fisionomia num espelho; 24mal acaba de se contemplar, sai dali e esquece-se de como era. 25Aquele, porém, que medita com atenção a lei perfeita, a lei da liberdade, e nela persevera - não como quem a ouve e logo se esquece, mas como quem a cumpre - esse encontrará a felicidade ao pô-la em prática. 26Se alguém se considera uma pessoa piedosa, mas não refreia a sua língua, enganando assim o seu coração, a sua religião é vazia. 27A religião pura e sem mácula diante daquele que é Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo.

2 Caridade para com todos - 1Meus irmãos, não tenteis conciliar a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo glorioso com a acepção de pessoas. 2Suponhamos que entra na vossa assembleia um homem com anéis de ouro e bem trajado, e entra também um pobre muito mal vestido, 3e, dirigindo-vos ao que está magnificamente vestido, lhe dizeis: «Senta-te tu aqui, num bom lugar», e dizeis ao pobre: «Tu, fica aí de pé»; ou «Senta-te no chão, abaixo do meu estrado.» 4Não é verdade que, então, fazeis distinções entre vós mesmos e julgais com critérios perversos? 5Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? 6Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? 7Não são eles os que blasfemam o belo nome que sobre vós foi invocado? 8Se cumpris a lei do Reino, de acordo com a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, procedeis bem; 9mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis um pecado e a lei condena-vos como transgressores. 10Porque quem observa toda a lei mas falta num só mandamento torna-se réu de todos os outros. 11Pois aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se, pois, não cometeres adultério, mas matares, tornas-te transgressor da lei. 12Falai e procedei como pessoas que hão-de ser julgadas segundo a lei da liberdade. 13Porque quem não pratica a misericórdia será julgado sem misericórdia. Mas a misericórdia não teme o julgamento.

Fé com obras (Rm 3,28; 4,1-12) - 14De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? 15Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, 16e um de vós lhes disser: «Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome», mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? 17Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. 18Mais ainda: poderá alguém alegar sensatamente: «Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé. 19Tu crês que há um só Deus? Fazes bem. Também o crêem os demónios, mas enchem-se de terror.» 20Queres tu saber, ó homem insensato, como é que a fé sem obras é estéril? 21Não foi porventura pelas obras que Abraão, nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaac? 22Repara que a fé cooperava com as suas obras e que, pelas obras, a sua fé se tornou perfeita. 23E assim se cumpriu a Escritura que diz: Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe contado como justiça, e foi chamado amigo de Deus. 24Vedes, pois, como o homem fica justificado pelas obras e não somente pela fé. 25Do mesmo modo, a prostituta Raab não foi ela também justificada pelas suas obras, ao receber os mensageiros e ao fazê-los sair por outro caminho? 26Assim como o corpo sem alma está morto, assim também a fé sem obras está morta.

3 Domínio da língua - 1Meus irmãos, não haja muitos entre vós que pretendam ser mestres, sabendo que nós teremos um julga-mento mais severo, 2pois todos nós falhamos com frequência. Se alguém não peca pela palavra, esse é um homem perfeito, capaz também de dominar todo o seu corpo. 3Quando pomos um freio na boca do cavalo para que nos obedeça, dirigimos todo o seu corpo. 4Vede também os barcos: por grandes que sejam e fustigados por ventos impetuosos, são dirigidos com um pequeno leme para onde quer a vontade do piloto. 5Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas.Vede como um pequeno fogo pode incendiar uma grande floresta! 6Assim também a língua é fogo, é um mundo de iniquidade; entre os nossos membros, é ela que contamina todo o corpo e, inflamada pelo Inferno, incendeia o curso da nossa existência. 7Todas as espécies de animais selvagens, de aves, de répteis e de animais do mar se podem domar e têm sido domadas pelo homem. 8A língua, pelo contrário, ninguém a pode dominar: é um mal incontrolável, carregado de veneno mortal. 9Com ela bendizemos quem é Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10De uma mesma boca procedem a bênção e a maldição.Mas isto não deve ser assim, meus irmãos. 11Porventura uma fonte lança pela mesma bica água doce e água salgada? 12Porventura, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a videira dar figos? Uma fonte de água salgada também não pode dar água doce.

Verdadeira sabedoria - 13Existe alguém entre vós que seja sábio e entendido? Mostre, então, pelo seu bom procedimento, que as suas obras estão repassadas da mansidão própria da sabedoria. 14Mas, se tendes no vosso coração uma inveja amarga e um espírito dado a contendas, não vos vanglorieis nem falseeis a verdade. 15Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é a terrena, a da natureza corrompida, a diabólica. 16Pois, onde há inveja e espírito faccioso também há perturbação e todo o género de obras más. 17Mas a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura; depois, é pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia; 18e é com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz.

4 Origem das discórdias - 1De onde vêm as guerras e as lutas que há entre vós? Não vêm precisamente das vossas paixões que se servem dos vossos membros para fazer a guerra? 2Cobiçais, e nada tendes? Então, matais! Roeis-vos de inveja, e nada podeis conseguir? Então, lutais e guerreais-vos! Não tendes, porque não pedis. 3Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para satisfazer os vossos prazeres. 4Almas adúlteras! Não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, quem quiser ser amigo deste mundo torna-se inimigo de Deus! 5Ou pensais que a Escritura diz em vão: O Espírito que habita em nós ama-nos com ciúme? 6No entanto, a graça que Ele dá é mais abundante, pelo que diz:Deus opõe-se aos soberbos,mas dá a sua graça aos humildes. 7Submetei-vos, portanto, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 8Aproximai-vos de Deus e Ele aproximar-se-á de vós. Lavai as mãos, pecadores, e purificai os vossos corações, ó gente de alma dividida. 9Reconhecei a vossa miséria, lamentai-vos e chorai; que o vosso riso se converta em pranto e a vossa alegria em tristeza. 10Humilhai-vos na presença do Senhor, e Ele vos exaltará. 11Não faleis mal uns dos outros, irmãos. Quem fala mal de um irmão e o julga, está a falar mal da lei e a julgá-la. Ora, se tu julgas a lei, já não és cumpridor da lei, mas seu juiz. 12Há um só legislador e juiz, aquele que pode salvar e condenar. Mas quem és tu, para julgar o teu próximo?

Evitar a presunção - 13E agora, vós dizeis: «Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, passaremos ali um ano, faremos negócios e ganharemos bom dinheiro.» 14Vós, que nem sequer sabeis o que será a vossa vida no dia de amanhã! O que é, afinal, a vossa vida? Sois fumo que aparece por um instante e logo a seguir se desfaz! 15Em vez disso, deveis dizer: «Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo.» 16Pelo contrário, gloriais-vos das vossas prosápias: toda a vaidade deste género é má. 17Quem sabe praticar o bem e não o faz comete pecado.

5 Advertência aos ricos - 1E agora vós, ó ricos, chorai em altos gritos por causa das desgraças que virão sobre vós. 2As vossas riquezas estão podres e as vossas vestes comidas pela traça. 3O vosso ouro e a vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem servirá de testemunho contra vós e devorará a vossa carne como o fogo. Entesourastes, afinal, para os vossos últimos dias! 4Olhai que o salário que não pagastes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos está a clamar; e os clamores dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor do universo! 5Tendes vivido na terra, entregues ao luxo e aos prazeres, cevando assim os vossos apetites… para o dia da matança! 6Condenastes e destes a morte ao inocente, e Deus não vai opor-se?

A vinda do Senhor - 7Sede, pois, pacientes, irmãos, até à vinda do Senhor. Vede como o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando com paciência que venham as chuvas temporãs e as tardias. 8Tende, também vós, paciência e fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. 9Não vos queixeis uns dos outros, irmãos, para não serdes julgados.Olhai que o Juiz já está à porta. 10Irmãos, tomai como modelos de sacrifício e de paciência os profetas, que falaram em nome do Senhor. 11Vede como nós proclamamos bem-aventurados aqueles que sofreram com paciência; ouvistes falar da paciência de Job e vistes o resultado que o Senhor lhe concedeu; porque o Senhor é cheio de misericórdia e compassivo. 12Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo Céu, nem pela Terra, nem façais qualquer outro juramento. Que o vosso «sim» seja sim e que o vosso "não" seja não, para não incorrerdes em condenação.

Unção dos enfermos - 13Está alguém, entre vós, aflito? Recorra à oração. Está alguém contente? Cante salmos. 14Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja e que estes orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. 15A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 16Confessai, pois, os pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados. A oração fervorosa do justo tem muito poder. 17Elias, que era um homem da mesma condição que nós, rezou com fervor para que não chovesse, e durante três anos e seis meses não choveu sobre a terra. 18Depois voltou a rezar, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto. 19Meus irmãos, se algum de vós se extravia da verdade e alguém o converte, 20saiba que aquele que converte um pecador do seu erro salvará da morte a sua alma e obterá o perdão de muitos pecados.

Sem comentários:

Enviar um comentário